Mandela foi o último grande libertador do século XX, diz Obama

Em seu discurso durante o funeral oficial, Obama comparou Mandela a grandes líderes como Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln

10 dez 2013 - 10h09
(atualizado às 10h56)
Obama discursa durante cerimônia oficial de despedida a Mandela
Obama discursa durante cerimônia oficial de despedida a Mandela
Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um longo discurso, com frequência interrompido por aplausos, durante a cerimônia religiosa oficial de despedida Nelson Mandela em um estádio em Johanesburgo, nesta terça-feira. Obama, que se encontrou com Mandela uma única vez, em 2005, lembrou a trajetória do falecido líder sul-africano e saudou a sua importância para o mundo. 

"É uma honra singular estar aqui hoje para celebrar uma vida como nenhuma outra", disse Obama, que foi ovacionado ao ser chamado para discursar no FNB Stadium. "África do Sul, pessoas de todas as raças, o mundo agradece a vocês por compartilhar Nelson Mandela. A luta dele foi a nossa luta. O seu triunfo foi o nosso triunfo". 

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Lembrando a história de Mandela e da África do Sul, Obama afirmou que "Madiba emergiu como o último grande libertador do século XX". Ele também comparou Mandela a grandes líderes mundiais e americanos como o Gandhi, Martin Luther King e Abraham Lincoln. "Ele liderou um movimento de resistência, como Gandhi, que não tinha grandes perspectivas no início", diz Obama

Obama, que assim como Mandela foi o primeiro presidente negro de seu país, lembrou Mandela como um ícone moral e que suas ações e ideias foram exemplos para o mundo todo. "Mandela disciplinou sua raiva e a canalizou em ações. Ele aceitou as consequências de suas ações", disse Obama. "Mandela entendeu que as ideias não podem ser contidas por muros de prisões. 

'Mandela me faz querer ser um homem melhor', diz Obama em discurso
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Ele também saudou o papel de Mandela na reconciliação entre brancos e negros sul-africanos após o fim do apartheid e ao assumir a presidência do país, em 1994. "Há uma palavra na África do Sul - Ubuntu - que descreve seu grande presente: seu reconhecimento de que todos nós estamos ligados de um jeito que é invísivel aos olhos", disse Obama, recebendo prontamente uma grande ovação do público. 

"Foi necessário um homem como Madiba para libertar não apenas o prisioneiro, mas o carcereiro também", afirmou. 

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Obama também disse que é tentador lembrar Mandela como um ícone, mas que o próprio Madiba resistia a tal retrato sem-vida. "Ele não era um homem feito de mármore, era um homem de carne e osso", disse. "Nós nunca veremos alguém como Nelson Mandela novamente"

Obama contou que aprendeu sobre a luta de Mandela há 30 anos, quando ainda era um estudante, e que o exemplo do sul-africano influenciou sua caminhada e o levou e ao posto que ocupa agora. 

"Que alma magnífica ele era. Nós vamos sentir sua falta profundamente", disse Obama, ao encerrar seu discurso. Ele foi aplaudido de pé. 

Antes de seu discurso, Obama surpreendemente cumprimentou o presidente de Cuba, Raúl Castro, com o qual não mantém relações oficiais. Ele também cumprimentou carinhosamente a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que recentemente cancelou uma viagem aos Estados Unidos devido ao escândalo de espionagem. 

Um momento inusitado do funeral foi o encontro entre o americano Barack Obama e o cubano Raúl Castro
Foto: Reuters

Mandela morre aos 95 anos

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Nelson Mandela morreu

na noite de 5 de dezembro. Há meses ele combatia uma infecção pulmonar. Logo após o presidente sul-africano, Jacob Zuma, anunciar oficialmente o falecimento,

líderes mundiais

prestaram homenagem ao principal líder da luta contra o apartheid na África do Sul. A presidente

Dilma Rousseff

lembrou Mandela como a principal personalidade do século XX. O americano

Barack Obama

disse que Mandela "conseguiu mais do que se poderia esperar de qualquer homem".

No dia seguinte, jornais de todo o mundo repercutiram a notícia da morte em suas páginas. Milhares de sul-africanos se reuniram em frente a suas residências, ou em lugares que ele morou, para homenagearem o heroi nacional. No início da tarde, o presidente Zuma confirmou que a programação do funeral de Mandela durará 10 dias. Ele será enterrado em seu vilarejo natal, Qunu, no dia 15 de dezembro. 

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Fonte: Terra
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