Nigéria: multidão lincha mulher por suspeita de terrorismo

Segundo uma fonte da polícia secreta na cidade, é pouco provável que a mulher levasse explosivos

1 mar 2015 - 13h12
(atualizado às 17h31)
<p>A mulher levantou suspeitas quando foram encontradas com ela duas garrafas de ambos lados da cintura, depois que ela se negou a passar por um detector de metais</p>
A mulher levantou suspeitas quando foram encontradas com ela duas garrafas de ambos lados da cintura, depois que ela se negou a passar por um detector de metais
Foto: AP

Uma multidão linchou até a morte uma mulher suspeita de ser terrorista suicida na cidade nigeriana de Bauchi (nordeste), neste domingo (1), e depois queimou seu corpo - informaram a polícia e testemunhas.

"Depois das 7h00 (hora local), informações revelam que uma mulher não identificada que supostamente se negou a ser revistada na entrada do mercado de Muda Lawal foi atacada por uma multidão enfurecida", declarou em comunicado o porta-voz da polícia de Bauchi, Haruna Mohamed.

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O porta-voz afirmou que as pessoas "atearam fogo" e a mulher morreu antes que a polícia pudesse socorrê-la. Depois, os agentes dispersaram a multidão sem fazer prisões.

Isa Safiyano, testemunha do ocorrido, explicou à AFP que a mulher levantou suspeitas quando foram encontradas com ela duas garrafas de ambos lados da cintura, depois que ela se negou a passar por um detector de metais.

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"Quando ela levantou o hijab, foram achadas duas garrafas na cintura e a multidão correu pra cima da mulher", explicou. "Bateram ela até a morte, colocaram um pneu velho em torno dela, jogaram gasolina e atearam fogo", disse.

Segundo uma fonte da polícia secreta na cidade, é pouco provável que a mulher levasse explosivos, porque teriam explodido com o ataque da multidão. "A única explicação plausível é que ela tenha sido enviada numa missão de prova, para ver se era possível entrar sem ser revistada", disse a fonte, que não quis se identificar.

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O linchamento ocorre num momento de certa histeria coletiva após a onda de atentados suicida nos últimos dias em mercados e pontos de ônibus na Nigéria, protagonizados em muitos casos por mulheres e meninas-bomba, em ataques atribuídos ao grupo islamista Boko Haram.

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