O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou nesta terça-feira que seu exército está vencendo o grupo islamita Boko Haram, apesar dos dois novos ataques mortais no nordeste do país.
"O presidente assegura a todos os nigerianos, em especial a população dos estados do nordeste, que o tempo de luto pelas vítimas dos incessantes ataques terroristas em breve ficará no passado, porque a maré está virando contra o Boko Haram", declarou, em um comunicado da Presidência nigeriana.
O governo nigeriano afirmou recentemente ter retomado o controle de duas cidades estratégicas nas mãos de combatentes do Boko Haram. Primeiro Monguno, uma cidade controlada pelos insurgentes desde 25 de janeiro, e logo em seguida Baga no sábado.
Baga, nas margens do lago Chade, tinha sido tomada pelo Boko Haram no dia 3 de janeiro. Nos dias que se seguiram, centenas de civis foram massacrados em um ataque descrito como "o mais destrutivo" do Boko Haram pela Anistia Internacional.
Da mesma forma, as tropas do Chade tomaram recentemente dos islamitas várias localidades, como Gamboru e Dikwa (nordeste), perto da fronteira com Camarões.
Apesar destes reveses, que o Boko Haram nega em parte, o nordeste da Nigéria tem sido palco nos últimos dias de ataques mortais.
O comunicado de Goodluck Jonathan é divulgado poucas horas depois de dois novos atentados em uma rodoviária de Kano, a maior cidade do norte, e Potiskum, a capital econômica do estado de Yobe (nordeste). Estes novos ataques deixaram pelo menos 27 mortos.
Também coincide com o sequestro na segunda-feira de uma missionária americana no centro da Nigéria.
O presidente Jonathan, criticado por não ter sido capaz de conter os avanços do Boko Haram, condenou os ataques desta terça-feira, perpetrados contra "alvos fáceis".
Desde 2009, a insurgência do Boko Haram e sua repressão pelas forças nigerianas fizeram mais de 13 mil mortos e 1,5 milhão de deslocados na Nigéria, principalmente no nordeste do país, onde o grupo extremista controla várias localidades.
Os abusos cometidos pelo grupo e sua expansão geográfica provocaram o adiamento para 28 de março das eleições gerais, originalmente programadas para 14 fevereiro. O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, prometeu fazer de tudo para impedir a realização destas eleições.