O chefe do exército egípcio, o marechal Abdel Fattah al-Sissi, que não esconde sua intenção de se candidatar às eleições presidenciais, tomou posse neste sábado junto ao novo governo do Egito.
Arquiteto da destituição do presidente islamita Mohamed Mursi em julho de 2013, o marechal al-Sissi entregou seu cargo há menos de uma semana, seguindo a demissão coletiva do governo de Hazem el-Beblawi.
A nova equipe governamental, dirigida por Ibrahim Mahlab - cacique do partido do presidente Hosni Mubarak, deposto em 2011 - deve conduzir o país, a partir de agora, para novas eleições presidenciais, para as quais o novo e muito popular homem forte do país é considerado favorito antes mesmo do anúncio oficial de sua candidatura.
Para ser elegível, o marechal al-Sissi, reconduzido ao cargo de ministro da Defesa e de vice-premier, deverá pedir demissão do governo e deixar ou se reformar do exército.
Um militar de alta patente próximo ao marechal confirmou à AFP que al-Sissi se manteria na pasta da Defesa até a promulgação da lei eleitoral que regulamente o pleito presidencial, confirmando que ele pretende concorrer à presidência.
Segundo especialistas, esse remanejamento poderia permitir ao candidato al-Sissi de aproveitar, durante sua campanha, de um governo com saldo positivo, já que a equipe de Beblawi deixou seus cargos sob forte crise econômica, greves em diferentes setores e repetidos atentados.
Mahlab, um engenheiro nascido em 1949, dirigiu a estatal Arab Contractors, uma das mais importantes sociedades de construção do Egito. Membro do Senado durante o mandato de Hosni Mubarak, ele pertence ao Partido Nacional Democrático (PND).
