Número de mortos em atentado no Egito sobe para 305

Segundo a Procuradoria Geral do país, 27 crianças estão entre as vítimas. Presidente decreta três dias de luto oficial

25 nov 2017 - 09h45
(atualizado às 10h17)

O número de mortos numa mesquita sufista no Egito subiu para 305, informou neste sábado (25) a Procuradoria Geral do Egito. Entre as vítimas, há 27 crianças. O pior ataque terrorista da história recente do Egito ainda deixou 128 feridos.

Atentado no Egito
Atentado no Egito
Foto: Reprodução

O atentado na cidade de Arish, capital da província do Sinai do Norte, provocou a suspensão da abertura temporária da fronteira do país com Gaza, que aconteceria neste sábado.

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O diretor da Autoridade de Travessias e Fronteiras da Autoridade Nacional Palestina (ANP) em Gaza, Nazmi Muhana, afirmou que as autoridades egípcias decidiram adiar a abertura da passagem de Rafah, esperada por milhares de pessoas, devido ao ataque.

A passagem é a única saída de Gaza que não é controlada por Israel e que é aberta pelo de maneira excepcional. A fronteira ficaria aberta por três dias consecutivos para a travessia de cerca de 30 mil pessoas que estão inscritas em uma lista de espera para sair do território palestino, que é submetido a duro bloqueio por Israel há uma década.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou o massacre e expressou o desejo de que os crimes "não abalem a determinação do Egito na guerra contra o terrorismo". O país deu início neste sábadp a um luto nacional de três dias.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) classificou o atentado como "brutal assassinato" e rechaçou todos os "atos de terrorismo, violência sem sentido e abuso da religião".

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O movimento islamita Hamas também se uniu às condenações e reprovou o atentado "nos termos mais enérgicos". "Atacar os lugares de oração é uma violação flagrante de todas as legislações religiosas e uma provocação aos muçulmanos de todo o mundo, já que as mesquitas são consideradas lugares sagrados e seguros para os crentes", disse a organização.

O acordo de reconciliação política feito em outubro entre o Hamas e o nacionalista Fatah com a mediação do governo egípcio e a recuperação gradual do controle de Gaza por parte da Autoridade Nacional Palestina tinha alimentado as esperanças de que a fronteira de Rafah pudesse ser aberta de forma permanente.

"Força brutal" contra o EI

As Forças Armadas do Egito deram início a bombardeios contra posições terroristas na madrugada deste sábado. Veículos utilizados no ataque contra a mesquita Al Rauda foram destruídos.

"Como parte da perseguição dos elementos terroristas responsáveis de atacar fiéis da mesquita Al Rauda, a aviação teve como alvo elementos terroristas e destruiu um número de veículos que realizaram o ataque terrorista", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas, Tamer al Rifai.

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Segundo a União das Tribos do Sinai, os terroristas fecharam "as portas da mesquita e mataram todos os que rezavam". Quando chegaram as ambulâncias no local, "um grupo escondido de terroristas disparou e fugiu".

Os agressores detonaram bombas caseiras instaladas ao redor da mesquita durante a saída dos fiéis da oração de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos. Após as explosões, os terroristas começaram a disparar contra os fiéis que tentavam fugir da mesquita. As primeiras ambulâncias que chegaram ao local também foram atacadas pelos extremistas.

O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, prometeu num discurso transmitido pela televisão estatal que as Forças Armadas e a polícia "vingarão nossos filhos para recuperar a estabilidade, e vamos responder este ato com uma força brutal".

O presidente americano, Donald Trump, telefonou nesta sexta-feira para al Sisi e afirmou que os Estados Unidos continuarão a defender o território egípcio do terrorismo. Trump aproveitou o episódio para defender pelo Twitter a proibição de entrada nos EUA de cidadãos de seis países predominantemente muçulmanos e a construção do muro na fronteira com o México.

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A província do Sinai do Norte se encontra em estado de emergência desde 2014, devido à presença do braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), chamado Wilayat Sina, que reivindicou a maioria dos atentados ocorridos nos últimos anos no país.

O Egito também se encontra em estado de emergência desde abril devido aos atentados contra duas igrejas coptas no delta do Nilo.

KG/efe/rtr/ap

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