'NYT': Al-Qaeda não comandou ataque a consulado americano na Líbia

29 dez 2013 - 02h01
(atualizado às 02h02)

A organização terrorista Al-Qaeda não comandou o ataque contra o consulado americano na cidade líbia de Benghazi, em setembro de 2012, no qual morreram o embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens, e outros três americanos, segundo uma investigação do jornal The New York Times .

O jornal publicou neste sábado um extenso artigo sob o título: "Uma mistura mortal em Benghazi", no qual sustenta que nem a Al-Qaeda nem nenhum outro grupo terrorista internacional planejaram o mortífero ataque.

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"Meses de investigações feitas pelo The New York Times, centradas em extensas entrevistas com líbios em Benghazi que tiveram conhecimento direto do ataque ali e de seu contexto não proporcionaram evidências de que a Al-Qaeda ou outros grupos terroristas internacionais tenham desempenhado algum papel no ataque", escreve o autor da reportagem.

Segundo o periódico, "o ataque foi realizado por combatentes que tinham se beneficiado diretamente do apoio logístico e do extenso poder aéreo da Otan durante a rebelião contra o coronel (Muammar) Kadafi".

E, acrescenta, "ao contrário do que alegam alguns membros do Congresso, (o ataque) foi alimentado em grande medida pela ira contra um vídeo produzido nos EUA que denegria o Islã".

O ataque contra o consulado de Benghazi em setembro de 2012 gerou uma notável polêmica política nos EUA, depois que legisladores republicanos culparam o Governo de ter tentado esconder, por razões eleitorais, a natureza terrorista do fato.

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Os fatos aconteceram em 11 de setembro, aniversário dos atentados contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono, o que parecia corroborar a suspeita de que a Al Qaeda estivesse por trás.

O atentado aconteceu, além disso, em plena campanha para as eleições presidenciais de novembro de 2012, nas quais o presidente americano, Barack Obama, concorria com um expediente irrepreensível na luta contra a Al-Qaeda, com um sucesso tão grande como a localização e morte do líder da organização terrorista, Osama bin Laden.

A oposição republicana acusou o Governo de esconder a verdade e obrigou o comparecimento ao Congresso da então secretária de Estado, Hillary Clinton, para que explicasse o sucedido e desse conta de como seu departamento trabalhou com a informação.

A investigação aprovaria a tese defendida desde o princípio pela administração democrata de que o fato foi o resultado de um protesto espontânea que acabou tragicamente.

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O congressista republicano por Nova York Peter King, ex-presidente do Comitê permanente de inteligência da Câmara dos Representantes, declarou à Fox News que o artigo do Times é "enganoso", porque assinala como figura central no ataque um excêntrico guerrilheiro, identificado como Ahmed Abu Jattala.

Um dos aliados de Jattala seria o líder da milícia Ansar al Sharia, da qual existem mais do que suspeitas que é uma afiliada da Al-Qaeda.

Segundo o congressista, afirmar que a Ansar al Sharia e não a Al-Qaeda pôde ter a ver com o ataque é "enganoso" e "uma distinção sem diferença".

  
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