Ofuscada por ebola, começa cúpula EUA-África em Washington

4 ago 2014 - 23h43

Em meio ao pior surto de ebola da história, que já matou mais de 800 pessoas na África, cerca de 50 chefes de estado de países africanos são aguardados em Washington a partir desta segunda-feira para a maior cúpula já realizada entre líderes do continente e os Estados Unidos.

O objetivo do evento, que irá durar três dias, é discutir e fomentar acordos comerciais e novas oportunidades de negócios.

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Segundo o secretário de Comércio americano Penny Pritzker, até quarta-feira, serão anunciados acordos comerciais da ordem de US$ 900 milhões (R$ 2,1 bilhões).

No entanto, apesar de a prevalência de temas econômicos, a epidemia do vírus ebola, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já matou 887 pessoas, ofuscou a agenda de debates.

Segundo organizadores, antes mesmo de começar, a cúpula já registrou três baixas por causa do surto da doença: os presidentes da Libéria, Guiné e Serra Leoa cancelaram a ida aos Estados Unidos.

Já os representantes de outros países que foram a Washington tiveram de se submeter a testes para averiguar se possuíam o vírus.

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O ebola se assemelha a uma forte febre hemorrágica. Não há cura para a doença, que tem índice de mortalidade de cerca de 90%.

Até agora, foram confirmados dois casos de americanos contaminados com a doença, um médico e uma missionário. Os dois foram trazidos aos Estados Unidos para serem tratados.

Cúpula

A cúpula EUA-África ocorre após uma promessa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, feita no ano passado, quando o líder americano visitou três países africanos: Senegal, Tanzânia e África do Sul.

Na ocasião, Obama afirmou que convocaria uma cúpula para discutir novas oportunidades de negócios entre os Estados Unidos e o continente, cujo maior parceiro comercial é hoje a China.

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O comércio entre a China e a África soma 200 bilhões (R$ 450 bilhões), mais do que o dobro dos Estados Unidos.

Em 2001, o país asiático convocou uma cúpula com os países africanos. A tendência foi seguida por Japão, Índia e Europa, todos interessados no amplo mercado consumidor do continente.

O encontro também ocorre pouco depois de Gana ter dito que pedirá socorro financeiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a fortalecer sua moeda, que sofreu uma das piores desvalorizações nesse ano.

Foto: Arte Terra

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