Paciente zero do ebola seria uma criança de 2 anos da Guiné

Ela teria infectado três pessoas da mesma família no final de 2013

11 ago 2014 - 14h48
(atualizado às 15h03)
<p>Uma faixa com os dizeres 'Ebola é real, proteja você e a sua família ", adverte os cidadãos em Monrovia, Libéria, em 2 de agosto </p>
Uma faixa com os dizeres 'Ebola é real, proteja você e a sua família ", adverte os cidadãos em Monrovia, Libéria, em 2 de agosto
Foto: Abbas Dulleh / AP

O pior surto de ebola de da história pode ter começado com uma criança de dois anos, habitante de uma aldeia da Guiné, informou a rede de TV americana CNN.

Há oito meses, a criança que os pesquisadores acreditam ser o 'paciente zero' apresentou febre, fezes escuras e vômito. Em 6 de dezembro de 2013, apenas quatro dias após manifestar os sintomas, ela morreu, de acordo com um relatório publicado no The New England Journal of Medicine. Os cientistas ainda não sabem ao certo como o paciente contraiu o vírus.

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O ebola é transmitido de animais para humanos através de fluidos - como sangue, saliva, urina e outras secreções - ou tecidos infectados, segundo a Organização Mundial da Saúde. "Na África, a infecção tem sido registrada através do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos que se alimentam de frutas, macacos, antílopes e porcos-espinho", relatou a OMS, cujos pesquisadores acreditam que os morcegos sejam os "hóspedes naturais" do vírus.

Os mesmos cientistas que publicaram a descoberta da criança que pode ser o 'paciente zero' revelaram também que o ebola foi transmitido em cadeia dentro da família.

Após a morte da criança, a mãe apresentou sangramento e morreu em 13 de dezembro. No dia 29 do mesmo mês, a irmã de três anos passou a manifestar febre, vômito e diarreia. A doença afetou também a avó da criança, que morreu em 1º de janeiro, na aldeia de Meliandou em Guéckédou. A região no sudeste da Guiné fica muito perto das fronteiras com Serra Leoa e Libéria.

O ebola se espalhou para outras regiões após dezenas de pessoas terem participado do funeral da avó da criança. 

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Duas das pessoas que participaram da cerimônia fúnebre teriam levado o vírus para suas respectivas aldeias, e ele teria, daí em diante, se espalhado entre funcionários da saúde e outras famílias que cuidaram de pacientes infectados.

Um agente de saúde de Guéckédou com suspeita de ter contraído a doença teria dado início ao surto do vírus em Macenta, Nzérékoré, e Kissidougou em fevereiro deste ano. 

Casos do ebola eclodiram no início deste ano nas áreas mencionadas. Os primeiros pacientes apresentaram febre, vômito, diarreia severa e, em alguns casos, hemorragia.

No início de março, o Ministério da Saúde da Guiné e a organização Médicos Sem Fronteiras foram notificados sobre os casos da doença. Investigadores da área da saúde chegaram ao país no mesmo mês para começar a rastrear a doença ao examinar arquivos hospitalares e conduzir entrevistas com famílias afetadas.

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Desde então, o vírus se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria, causando preocupação mundial.

O relatório sobre o ebola na Guiné foi feito por médicos internacionais e pesquisadores de instituições da França, Alemanha, Guiné, da Organização Mundial da Saúde e do Médicos Sem Fronteiras.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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