O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, fez sua primeira aparição pública desde que os milhares tomaram o controle do país na última quarta-feira (15).
O mandatário, que segundo fontes está sendo forçado a renunciar ao cargo, foi a uma cerimônia de graduação de uma universidade de Harare, a capital do país, nesta sexta-feira (17).
Mugabe não fez nenhum pronunciamento público e não foi acompanhado pela esposa, Grace, ou pelo ministro da Educação, Jonathan Moyo. Segundo a mídia local, ele ainda segue as ordens da "prisão domiciliar" imposta pelos militares.
Ontem (16), o ditador posou para uma foto ao lado do chefe das Forças Armadas, Constantine Chiwenga, protagonista do afastamento do presidente - que ele nega ser um "golpe de Estado".
Especula-se que a decisão de afastar o presidente de 93 anos, que está há 37 no poder, tenha sido uma manobra para evitar que o mandatário coloque a sua esposa no cargo de presidente.
O vice-líder do país, Emmerson Mnangagwa, havia sido destituído na última semana e expulso do partido governista Zanu-PF. Além disso, Mugabe iniciou uma campanha contra mais de 100 funcionários públicos de alto escalão acusados de apoiarem o vice.
Por conta dessa situação, o Exército ameaçou e cumpriu uma interferência no governo. Agora, as partes negociam para tentar fazer uma "transição suave" de poder.