O novo líder interino da República Centro-Africana ordenou o posicionamento de mais algumas centenas de soldados na capital, Bangui, nesta segunda-feira, com instruções para atirar à queima roupa em baderneiros, num esforço para pôr fim a meses de violência religiosa.
Conflitos, ataques contra mesquitas e o saque de lojas de propriedade de muçulmanos persistem em Bangui desde a renúncia na sexta-feira do líder rebelde que assumira a Presidência, Michel Djotodia, após intensa pressão internacional.
Djotodia tomou o poder em março do ano passado à frente da coalizão de rebeldes muçulmanos denominada Seleka, o que desencadeou uma onda de matanças e saques tendo como alvo a população cristã, majoritária no país, e deu origem a ataques retaliatórios da milícia cristã "antibalaka".
Um funcionário da Cruz Vermelha disse que sua equipe havia recolhido 39 corpos das ruas de Bangui desde sexta-feira. A violência esporádica prossegue, apesar da presença de 1.600 soldados franceses e de uma força de paz da União Africana com 4.000 militares.
O dirigente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Alexandre-Ferdinand Nguendet, que assumiu a Presidência até a escolha de um novo líder neste mês, disse estar enviando mais 400 soldados para as ruas de Bangui.
"A festa acabou. Os roubos acabaram. O caos acabou. O povo centro-africano deve retomar sua honra", disse Nguendet a centenas de militares, parte deles em trajes civis.