O risco do vírus ebola chegar à Europa é considerado "muito baixo" pela União Europeia (UE), que ampliou através da Comissão Europeia (CE) em dois milhões de euros a ajuda à África Ocidental para fazer frente ao pior surto de ebola registrado até o momento.
Fontes da UE disseram nesta quarta-feira que o risco do vírus se expandir à Europa "é muito baixo, levando em conta que a maioria dos casos ocorreram em áreas remotas nos países de África Ocidental", explicaram.
Por enquanto não houve nenhum caso de ebola em toda Europa, depois que fora descartado um possível caso detectado em um hospital de Valência no dia 25 de junho. Mesmo assim, fontes afirmaram que a Europa está se preparando para caso algo for detectado dentro da UE.
O Comitê de Segurança Sanitária da CE está trabalhando para manter informados os Estados-membros sobre os últimos eventos ocorridos a respeito e para sincronizar medidas de segurança.
Este organismo elaborou um folheto com recomendações para as pessoas que vão a viajar nesta zona que está disponível em todos os idiomas da UE.
O governo britânico realizará hoje uma reunião de emergência para avaliar esta ameaça.
O pior surto de ebola documentado até o momento já afetou mais de 1,2 mil casos e tirou a vida de 672 pessoas na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria desde que se detectou o primeiro caso em 22 de março passado, segundo os últimos dados da OMS.
A doença - que se transmite por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados - causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental, pois sempre tinham ocorrido na África Central.
A CE mandou já diferentes especialistas europeus à zona para poder avaliar a situação e coordenar os tratamentos com as autoridades nacionais.
O Executivo comunitário pede um sério esforço a toda a comunidade internacional para ajudar a África Ocidental a lidar com esta ameaça.
"O nível de contaminação é extremamente preocupante, necessitamos aumentar nossa ação antes que se percam muitas mais vidas", disse hoje a comissária europeia de Cooperação Internacional e Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva.
A comissária europeia de Ajuda Humanitária quis também prestar homenagem aos trabalhadores sanitários que estão trabalhando no terreno tentando ajudar a prevenir a contaminação e pondo em risco suas próprias vidas. Até o momento, morreram 15 profissionais sanitários por conta da doença.
Com os 2 milhões de euros de ajuda adicional, os recursos totais destinados pela CE à luta contra o ebola chegam a 3,9 milhões na África Ocidental.
Este financiamento será canalizado através da Organização Mundial da Saúde (OMS), Médicos sem Fronteiras (MSF) e a Federação Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, três parceiros da União Europeia (UE) que estão trabalhando no terreno, informou o Executivo comunitário.