A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira, após dois dias de reunião, que o surto de ebola no oeste da África é uma emergência de saúde pública internacional e que exige uma resposta extraordinária para evitar sua propagação.
Os países onde foram registrados casos da doença terão que, entre outras medidas, efetuar exames nas pessoas com sintomas associados aos do ebola na saída de aeroportos, portos marítimos e nos cruzamentos fronteiriços.
A OMS fez uma declaração similar durante a epidemia de gripe suína em 2009 e para a poliomielite em maio deste ano.
A chefe da organização, Margaret Chan, afirmou que o anúncio é um "claro chamado para a solidariedade internacional", ainda que muitos países provavelmente não registrem casos da doença.
“Os países afetados até agora simplesmente não têm a capacidade de lidar sozinhos com uma epidemia desse tamanho e complexidade”, disse Chan em Genebra. “Eu apelo para que a comunidade internacional providencie apoio com a maior urgência possível”, acrescentou.
"Uma resposta internacional coordenada é essencial para frear e fazer retroceder a propagação internacional do ebola", acrescentou o comitê de urgência da OMS. A epidemia de ebola é a mais importante e a mais severa em quatro décadas, ressaltou a diretora-geral Margaret Chan.
Embora o comitê tenha excluído impor restrições às viagens ou ao comércio internacional, indicou que os "Estados devem se preparar para detectar e tratar os casos de doentes" e "facilitar a evacuação de seus cidadãos, em particular as equipes médicas, expostas ao ebola".
O comitê ressalta que os chefes de Estado dos países afetados têm que decretar estado de emergência e "se dirigir pessoalmente ao país para fornecer informação sobre a situação".
Keiji Fukuda, vice-diretor-geral da OMS encarregado da epidemia, explicou que as pessoas atingidas precisam ficar 30 dias em quarentena porque o tempo de incubação do vírus é de 21 dias. As pessoas que estão em contato com os doentes - com exceção das equipes médicas, que têm uma roupa de proteção - não devem viajar, indicou Fukuda.
O funcionário da OMS também pediu que a tripulação dos voos comerciais receba informação e material médico para se proteger e proteger os passageiros. "Obrigar as companhias aéreas a não viajar a estes países afetaria as suas economias", explicou Margaret Chan.
O comitê da OMS também recomenda que todos os viajantes procedentes dos países afetados façam um check-up, respondendo a um questionário e medindo a temperatura, nos aeroportos, portos e nos principais postos fronteiriços.
Com informações das agências AP, AFP e EFE