Agenda climática da COP29 é ofuscada por tensões comerciais antes da cúpula

8 nov 2024 - 14h00

A China incluiu conversas comerciais na agenda proposta para a cúpula da COP29, segundo um documento da ONU, aumentando a perspectiva de que a questão poderia atrapalhar o início das negociações climáticas globais.

O rascunho da agenda para a cúpula climática deste ano, publicado nesta sexta-feira, inclui uma proposta chinesa, que havia sido publicada anteriormente pela Reuters, para negociações sobre impostos de fronteiras sobre carbono e outras "medidas comerciais restritivas" que, segundo Pequim, prejudicam os países em desenvolvimento.

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Os delegados da conferência precisam adotar a agenda da cúpula por consenso como sua primeira tarefa quando as negociações da COP29 começarem em 11 de novembro em Baku, no Azerbaijão.

Mas alguns diplomatas disseram que a União Europeia provavelmente se oporá à proposta chinesa.

A não aprovação da agenda poderia atrasar o começo das negociações -- reduzindo o tempo restante para a tarefa principal de aprovar potencialmente centenas de bilhões de dólares em novos financiamentos para lidar com as mudanças climáticas.

A China apresentou a proposta de negociações comerciais em nome do grupo Basic, que também inclui Brasil, Índia e África do Sul.

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"Falaremos sobre isso, incansavelmente", disse o ministro do Meio Ambiente da África do Sul, Dion George, à Reuters.

George disse que os países do Basic acreditam que as negociações da ONU são o fórum apropriado para discutir políticas comerciais relacionadas ao clima, incluindo a taxa de fronteira de carbono da UE.

Os países do Basic têm sido críticos ferrenhos da política de fronteira de carbono da UE, que a partir de 2026 imporá taxas sobre as importações de produtos com alto teor de carbono, incluindo aço e cimento.

"Estamos descontentes com isso e não achamos que seja bom para nossa economia", disse George, acrescentando que África do Sul e China estão tendo "conversas intensas" com a UE.

Um porta-voz da Comissão Europeia não quis comentar.

A UE já havia dito anteriormente que disputas sobre comércio deveriam ser tratadas na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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Um negociador europeu disse à Reuters que "sempre foi proibido" discutir medidas comerciais, como taxas de carbono nas fronteiras, nas cúpulas climáticas da ONU.

O negociador expressou preocupação com o fato de que a proposta do Basic pretende impedir que as discussões na COP29 sobre o corte das emissões de CO2 e o financiamento avancem.

Em 2023, uma disputa sobre a agenda de uma rodada de negociações climáticas da ONU não foi resolvida por mais de uma semana, o que efetivamente matou o progresso das negociações.

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