Perto de ganhar um novo governo chefiado pelo social-democrata Olaf Scholz, a Alemanha vai discutir nesta semana uma possível obrigatoriedade na vacinação contra a Covid-19.
O tema estará na mesa do Parlamento na próxima quinta-feira (2), enquanto o país luta para conter a explosão nos novos casos do coronavírus Sars-CoV-2 e para aumentar a parcela da população imunizada.
"Estão sendo avaliadas diversas propostas, como a introdução de um limite aos contatos, sobretudo para os não vacinados, e limitações para grandes eventos. Além disso, se prepara uma decisão sobre uma obrigação vacinal generalizada", afirmou nesta terça (30) o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert.
A declaração foi dada após uma reunião entre o governo federal e os líderes estaduais, da qual participaram tanto Merkel quanto Scholz. Segundo a revista Der Spiegel, o futuro chanceler seria favorável à obrigatoriedade na vacinação, medida que vai ser implantada pela vizinha Áustria em fevereiro.
Além disso, o futuro ministro da Economia, Robert Habeck, defendeu um lockdown imediato para os não vacinados e a redução do público nos estádios de futebol. Os apelos por medidas mais drásticas ganharam força após a chegada da variante Ômicron à Alemanha, que já contabiliza cinco casos confirmados.
Vivendo um período de transição de governo, o país enfrenta o pior momento da pandemia em termos de novos casos e tem pouco menos de 70% de sua população totalmente vacinada contra a Covid.
O recrudescimento da crise sanitária já fez diversos estados adotarem medidas restritivas, como o fechamento dos populares mercados de Natal e a proibição de não imunizados em restaurantes.
De acordo com o portal Our World in Data, a Alemanha é o segundo país no mundo com mais contágios nos últimos 28 dias (1,235 milhão), atrás apenas dos Estados Unidos (2,315 milhão).