Aliados de Trump intensificam ataques a Kamala Harris em meio a sugestões de substituição de Biden

4 jul 2024 - 09h54

A campanha de Donald Trump e alguns de seus aliados lançaram ataque político preventivo contra a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, agindo rapidamente para tentar desacreditá-la em meio a conversas entre alguns democratas de que ela poderia substituir o presidente norte-americano, Joe Biden, no topo da chapa presidencial do partido para 2024.

Nas mídias sociais e em uma enxurrada de declarações nas últimas 48 horas, a campanha de Trump e seus aliados republicanos parecem estar preparando o terreno para um ataque total a Kamala, caso Biden, de 81 anos, decida encerrar sua candidatura à reeleição após fraco desempenho no debate da semana passada.

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Embora Biden tenha insistido que não está desistindo da corrida quatro meses antes da eleição de 5 de novembro, e Kamala Harris o tenha apoiado firmemente, a campanha de Trump tem pouco a perder atacando a vice-presidente agora, de modo que, se Kamala Harris emergir como a indicada, ela poderá fazê-lo em um ambiente enfraquecido.

Os republicanos têm criticado Kamala, de 59 anos, regularmente durante o mandato de Biden, mas os ataques desta semana representaram uma escalada acentuada e aparentemente coordenada que parecia estar ligada ao aumento das sugestões sobre a possibilidade de ela substituir Biden como candidata democrata à Presidência.

O Comitê Nacional Republicano do Congresso, que supervisiona as disputas republicanas na Câmara, chamou-a de "facilitadora-chefe" de Biden.

MAGA Inc., um super PAC de arrecadação de fundos que apoia Trump, entretanto, divulgou uma declaração chamando-a de "czar da invasão". Em março de 2021, Biden disse que Kamala lideraria os esforços com o México e as nações da América Central para lidar com a imigração ilegal.

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Desde então, os republicanos se aproveitaram disso para acusá-la de não conseguir conter o fluxo de milhões de imigrantes que cruzam ilegalmente para os Estados Unidos, embora ela nunca tenha sido diretamente responsável por proteger a fronteira sul.

"Kamala Harris é incompetente. Ela provou ser a vice-presidente mais fraca e pior da história e apoiou 100% Joe Biden em todas as políticas desastrosas que ele implementou nos últimos quatro anos", disse Karoline Leavitt, porta-voz da campanha de Trump.

A campanha de Biden rebateu as crescentes críticas republicanas sem abordar a questão de se a vice-presidente está esperando nos bastidores.

"A vice-presidente Harris tem orgulho de ser a companheira de chapa do presidente Biden", disse Rhyan Lake, porta-voz da campanha de Harris. "Não importa quais sejam os falsos ataques de Trump e seus aliados extremistas, ela continuará a defender o histórico de Biden-Harris."

Os ataques a Kamala pela ala de Trump lembraram uma tática semelhante que o republicano Trump, presidente de 2017 a 2021, usou para minar com sucesso Ron DeSantis, seu principal rival republicano, antes que o governador da Flórida entrasse na corrida eleitoral primária de 2024 de seu partido no ano passado.

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Corey Lewandowski, um conselheiro de longa data de Trump, disse à Reuters que Kamala Harris é politicamente vulnerável devido ao seu papel na abordagem da imigração ilegal, entre outras questões que fazem parte de uma extensa pesquisa que o partido reuniu sobre o histórico dela.

Uma ex-autoridade sênior da Casa Branca de Trump que ainda está em contato com a campanha de Trump disse que a nova ênfase em Kamala faz sentido.

"Se Joe Biden permanecer no topo da chapa, considerando o que vimos, ela terá ainda mais importância. Mas se ele se afastar, ela será a candidata em potencial. Trata-se de defini-la", disse a pessoa.

O clamor dos aliados de Trump contrasta fortemente com o silêncio incomum do ex-presidente. Desde o fraco desempenho de Biden no debate, Trump tem se mantido discreto, fazendo poucas aparições ou declarações públicas.

"Isso mostra um amadurecimento do próprio candidato. É possível ensinar novos truques a um cachorro velho. Ele está demonstrando maior disciplina e controle da mensagem", disse um assessor sênior da campanha de Trump familiarizado com as discussões internas.

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