A coalizão conservadora liderada pelo senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini anunciou nesta segunda-feira (22) seus candidatos a governador nas quatro regiões comandadas pela esquerda que irão às urnas em setembro.
A aliança é formada pelos partidos de extrema direita Liga, de Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), da deputada Giorgia Meloni, e pelo moderado Força Itália (FI), do eurodeputado e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
"A centro-direita identificou a melhor equipe para vencer as eleições nas regiões que irão às urnas em setembro, sobretudo naquelas que hoje são mal administradas pela esquerda", diz uma nota assinada pelos três líderes.
Sete das 20 regiões da Itália terão eleições em setembro, sendo que quatro são comandadas pela esquerda: Campânia, Puglia, Marcas e Toscana. Os ex-governadores Stefano Caldoro (FI) e Raffaele Fitto (FdI) desafiarão Vincenzo De Luca e Michele Emiliano, ambos do Partido Democrático (PD) e que tentam a reeleição na Campânia e na Puglia, respectivamente.
Já o deputado Francesco Acquaroli (FdI) e a europarlamentar Susanna Ceccardi (Liga) tentarão conquistar Marcas e Toscana, dois bastiões históricos da esquerda italiana. As duas regiões são governadas, respectivamente, por Luca Ceriscioli e Enrico Rossi, ambos do PD, mas que não disputam a reeleição.
Outras duas regiões que irão às urnas, Ligúria (Giovanni Toti, do Mudemos!) e Vêneto (Luca Zaia, da Liga), já têm governadores de direita, enquanto a sétima, o Vale de Aosta, costuma ter a disputa protagonizada por partidos locais ligados à minoria linguística francesa.
As eleições estavam previstas para o primeiro semestre, mas foram adiadas por conta da pandemia do novo coronavírus. A data ainda será confirmada pelo governo, mas um projeto aprovado recentemente pelo Parlamento prevê sua realização em setembro.
Histórico
Em janeiro, duas regiões governadas pela esquerda já foram às urnas: Calábria e Emilia-Romagna. A coalizão de Salvini venceu na primeira, mas, apesar de uma campanha agressiva do ex-ministro, perdeu na segunda, que é outro bastião "vermelho" na Itália.
A vitória do governador Stefano Bonaccini (PD) com 52,4% dos votos foi alcançada após o surgimento do movimento das "sardinhas", que nasceu na Emilia-Romagna justamente para frear a ascensão da extrema direita e se espalhou por todo o país.
O grupo perdeu espaço nos últimos meses devido à pandemia, mas já estuda como se mobilizar para as próximas eleições.