Um alpinista morreu após ser atacado por um urso em uma trilha no nordeste da Itália, nesta quarta-feira, 5. O evento é considerado incomum no país, segundo as autoridades locais informaram nesta sexta-feira, 7. Andrea Papi, de 26 anos, fazia uma corrida em uma área montanhosa perto da cidade de Caldes, na regi”ao de Trentino, quando se deparou com o animal.
Como o rapaz não voltou para casa, a família se preocupou e acionou socorristas, que encontraram o corpo na madrugada de quinta-feira, 6, em um barranco. Ele apresentava ferimentos profundos no pescoço, braço e barriga, causados por um animal carnívoro.
Segundo os investigadores, Andrea estava vivo no momento do ataque, e tentou se defender usando bastões de caminhada. Uma análise de DNA deve ser feita para identificar que tipo de urso matou o jovem.
Em março, outro homem foi atacado por um urso próximo do mesmo local, o que iniciou um debate sobre o perigo destes animais, que são numerosos na região.
Os ursos foram reintroduzidos na província autônoma de Trento entre 1996 e 2004 pelo projeto “Life Ursus”. Em 2021, 69 espécimes foram registrados no território.
Alguns vizinhos e especialistas pedem a identificação e o sacrifícios dos animais. Annamaria Procacci, da Associação Nacional de Proteção aos Animais (Enpa), denunciou a ausência de uma política preventiva para os ursos.
“O homem não é uma presa para o urso. Pelo contrário, o urso é um animal particularmente medroso que se mantém afastado dos humanos”, explicou à AFP a ecologista, que lamentou a falta de esforços para "desencorajar o acesso a áreas onde há fêmeas de urso com filhotes".
A ONG ambientalista WWF defende que o urso que matou o alpinista deva ser eliminado. "A remoção deste espécime reduz os riscos de outros incidentes semelhantes e melhora a aceitação da espécie pela população", disse a organização.
Atualmente, a estimativa é de que entre 120 e 200 ursos vivam na Itália, principalmente em Trentino e Abruzzo, no sudeste. Este é o primeiro incidente fatal registrado.