Argentina: juiz quer preservar provas; Kirchner, divulgá-las

19 jan 2015 - 16h32
(atualizado às 17h47)
<p>Alberto Nisman acusava Cristina Kirchner de acobertar os terroristas iranianos responsáveis por um atentado ao centro judaico em 1994.</p>
Alberto Nisman acusava Cristina Kirchner de acobertar os terroristas iranianos responsáveis por um atentado ao centro judaico em 1994.
Foto: BBC Mundo / Copyright

O juiz federal argentino Ariel Lijo reassumiu, nesta segunda-feira, suas funções e estabeleceu medidas urgentes para proteger as provas vinculadas com as escutas telefônicas em que o promotor Alberto Nisman, encontrado morto nesta segunda-feira, fundamentou sua denúncia contra a presidente, Cristina Kirchner, de acobertamento no caso Amia. A presidente informou ter determinado que as provas sejam tornadas públicas.

Lijo enviou uma equipe à sede da unidade que investiga o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas em 1994, para "apreender e assegurar todos os discos compactos onde estão gravadas os grampos telefônicos e toda a documentação detalhada na denúncia", informou o Centro de Informação Judicial (CIJ) em seu site.

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Além disso, o juiz solicitou que a investigação sobre o atentado inclua "todos os antecedentes e documentação vinculados aos grampos dessas linhas telefônicas", acrescentou o CIJ.

O magistrado decidiu interromper suas férias de verão e analisar com urgência a denúncia de Nisman, em meio a comoção da sociedade argentina pela morte do promotor, que foi encontrado com um tiro na cabeça em sua casa em Buenos Aires, nesta madrugada.

A juíza María Servini de Cubría, interinamente a cargo do tribunal de Lijo, tinha decidido na quinta-feira não interromper o recesso judicial para que a denúncia fosse tramitada durante as férias de verão, por considerar que a ação não estava acompanhada de "elementos probatórios" suficientes.

Provas públicas

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Cristina Kirchner ordenou, nesta segunda-feira, que a informação relacionada à investigação do atentado seja tornada pública pelo serviço de inteligência. A presidente informou em um comunicado que o secretário de Inteligência (SI), Óscar Parrilli, notificou nesta segunda a juíza María Servini de que, por "expressa instrução da presidenta da Nação", autoriza a desclassificação da informação solicitada por Nisman ao realizar sua denúncia vinculada ao caso Amia e relacionada à assinatura do Memorando de Entendimento entre a Argentina e o Irã, datado de 2013.

  
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