Professores argentinos se concentraram nesta quarta-feira em frente ao Ministério da Educação e paralisaram o centro de Buenos Aires para exigir melhorias salariais, enquanto a greve, iniciada há três semanas e que deixa mais de três milhões de alunos longe das salas de aula, continua indefinida.
Sob o lema "A educação exige salários dignos, pela escola pública e pela plena vigência da paritária nacional", professores de uma dezena de províncias marcharam hoje pelas ruas da capital argentina.
"Nosso salário está atrasado e perdeu grande quantidade de poder aquisitivo com relação aos preços e à desvalorização de janeiro", declarou Stella Maldonado, secretária-geral da Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA), o maior sindicato docente do país.
Os sindicatos reivindicam um aumento mínimo de 35%, pelo qual um professor iniciante receberia até 4.800 pesos (US$ 600), enquanto a última oferta do governo nacional foi um aumento de 22%, mais dois adicionais fixos para quem completar o requisito de assistência.
"Esperamos ter uma resposta satisfatória amanhã", acrescentou Maldonado, em referência à reunião entre funcionários do governo e dirigentes sindicais.
A negociação salarial coletiva desenvolvida entre o Executivo argentino e os sindicatos serve como marco de referência às províncias, que têm transferidas as competências educativas. Neste ano, a maioria das províncias se antecipou e concedeu aumentos próximos aos 30%.
A principal exceção é a província de Buenos Aires, a mais povoada do país, onde os professores mantêm uma greve indefinida desde o último dia 5 de março, data prevista para o início do curso letivo.
Os docentes desta província desacataram a ordem judicial de retornar às salas de aula e mantêm a greve, que, por sinal, pode chegar ao fim ainda nesta tarde, após uma reunião entre professores e autoridades.
Essa é a segunda mobilização docente realizada neste ano, já que outra manifestação foi realizada há uma semana em La Plata, a capital da província de Buenos Aires.
Em 2013, a falta de acordo entre professores e administrações públicas também ocasionou o adiamento do início do curso escolar letivo devido à greve convocada pelos docentes contra o aumento salarial de 22% decretado pelo governo.