Internautas argentinos planejam sair às ruas às 20h (21h no horário de Brasília) desta segunda-feira (19) para pedir por justiça nas investigações da morte do promotor Alberto Nisman, encontrado morto nesta segunda-feira. O movimento foi chamado de #SomosTodosNisman, uma alusão à marcha de Paris, convocada sob o título de #JesuisCharlie.
No Twitter, a hashtag #MuerteDeNisman está em primeiro lugar na lista dos assuntos mais comentados na Argentina. Em segundo lugar, está a hashtag #CFKAsesina, divulgada por grupos de argentinos que denunciam a presidente Cristina Kirchner como “assassina” e “terrorista”. Nesta segunda-feira, na saída do edifício da Câmara de Deputados, um pequeno grupo de manifestantes se reunia cortando parte do fluxo da avenida Rivadavia.
O promotor argentino foi encontrado morto em seu apartamento após acusar a presidente Cristina Kirchner de acobertar o Irã na investigação sobre um ataque a bomba contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que matou 85 pessoas em 1994.
Kirchner, ordenou nesta segunda-feira a abertura dos arquivos sobre a identidade do espiões interceptados em meio a investigações sobre o caso AMIA. Pedido havia sido feito por Nisman. O magistrado acreditava que um dos nomes teria acesso privilegiado a Cristina e que teria articulado o plano.
O titular da Secretaria de Inteligência, Oscar Parrili, explicou, em nota, que foi requerida a "abertura das identidades, das ações, dos fato e das circunstâncias correspondentes em meio à interceptações telefônicas".
Até hoje, o governo se negava a revelar os nomes, como informou o jornal local Clarín.
Ainda em repercusão ao caso, um dos porta-vozes dos familiares de vítimas da AMIA, Luiz Czyzewski classificou a morte do procurador Alberto Nisman de “Dupla tragédia”. Segundo ele, “Esta tragédia vai por dois caminhos; um pessoal que tem a ver com a sua família e suas filhas e o outro tem a ver com o país”. Completou dizendo que “Isto vai afetar fortemente a causa AMIA. Acredito que o melhor que pode acontecer ao pais e ao governo é que se possa determinar rapidamente se a denúncia – que seria apresentada hoje por Nisman – era consistente ou não.