Avião de Morales deixa Viena após escala forçada de 13 horas

3 jul 2013 - 06h58
(atualizado às 09h54)
O presidente boliviano, Evo Morales, embarca em seu avião após finalmente ser liberado para deixar a Áustria
O presidente boliviano, Evo Morales, embarca em seu avião após finalmente ser liberado para deixar a Áustria
Foto: AP

O avião do presidente boliviano Evo Morales decolou nesta quarta-feira de Viena, na Áustria, onde teve que fazer uma escala na terça-feira depois que vários países europeus fecharam o espaço aéreo pela suspeita de que transportava o fugitivo americano Edward Snowden.

O avião presidencial fará uma escala nas Ilhas Canárias (Espanha), anunciou Morales em uma entrevista coletiva. A Espanha e outros países europeus autorizaram nesta quarta-feira a entrada da aeronave em seu espaço aéreo.

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Anteriormente, França, Itália, Portugal e Espanha negaram passagem a Morales, que vinha de Moscou (Rússia), obrigando ele e sua comitiva a fazer uma escala forçada de mais de 13 horas por suspeitas de que Snowden estava a bordo. Ele deve demorar 15 horas para chegar à Bolívia, segundo o ministério da Comunicação de La Paz. Além das Ilhas Canárias, o avião deve fazer uma escala em Fortaleza, nordeste do Brasil. As duas escalas serão feitas para reabastecimento.

Mais cedo, Morales reclamou da maneira como foi tratado depois que seu avião foi desviado para Viena na terça-feira. "Não sou um criminoso", afirmou Morales no aeroporto da capital austríaca à agência Austria Press, depois que, segundo as autoridades bolivianas, vários países europeus negaram autorização de entrada no espaço aéreo. "Somos muito respeitosos com as leis internacionais", afirmou.

"Estados Unidos e quase todos os países da Europa têm serviços de inteligência e este senhor não é uma maleta ou uma mosca que eu posso colocar no avião e levar para a Bolívia", disse. "É um pretexto para amedrontar, para intimidar, um pretexto para tentar calar a nossa luta contra as políticas econômicas de saque (...), de dominação e de intervenção", acrescentou Morales.

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O embaixador da Bolívia na ONU, Sacha Llorenti, considerou o bloqueio do avião do presidente Morales um "ato de agressão". "Não se fez nenhuma concessão", disse o diplomata, em referência à recusa boliviana de permitir uma inspeção da aeronave para garantir que não transportava Snowden. "As vidas do presidente, de sua delegação e da tripulação foram colocadas em perigo", disse Llorente, que está em Genebra. 

Ele também citou uma "violação das regras do direito internacional". "Já iniciamos um procedimento para denunciar os fatos ao secretário-geral da ONU", disse. Para a Bolívia, não há "nenhuma dúvida" de que "as ordens vieram dos Estados Unidos", destacou.

O ministro das Relações Exteriores austríaco, Michael Spindelegger, disse antes da saída do presidente boliviano que a polícia do aeroporto de Viena realizou uma "revista voluntária" no veículo, autorizada pelo piloto da aeronave, e comprovou que Snowden não se encontrava a bordo.

"Após esta revista voluntária, podemos descartar que exista uma pessoa a bordo que não tenha nacionalidade boliviana", afirmou o ministro austríaco. "É uma informação importante para todos que não tenha um clandestino a bordo do avião presidencial. Foi um rumor tão persistente que causou problemas mundiais", lamentou Spindelegger.

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Snowden está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho. Ele é acusado de espionagem por Washington por ter revelado um amplo programa de vigilância telefônica e na internet.

Vários países se recusaram a conceder asilo político a Edward Snowden. O governo dos Estados Unidos manifestou esperança de que o ex-consultor que prestava serviço para Agência de Segurança Nacional (NSA), acusado de espionagem, retorne ao país para ser julgado. As revelações de Snowden sobre o programa secreto dos Estados Unidos para vigiar as comunicações mundiais provocaram fortes tensões entre Washington e vários aliados.

Foto: Terra

Com informações de agências internacionais

Fonte: Terra
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