Bolívia denuncia países europeus na ONU por fechamento de espaço aéreo

3 jul 2013 - 09h55
(atualizado às 10h14)

A Bolívia decidiu denunciar ante a ONU e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) França, Itália, Portugal e Espanha por fecharem temporariamente na terça-feira seu espaço aéreo ao presidente Evo Morales, disse nesta quarta-feira o vice-presidente e presidente em exercício, Alvaro García.

"Como governo estamos levando adiante todas as denúncias em nível internacional. Já fizemos a denúncia ante as Nações Unidas e nas próximas horas faremos a denúncia diante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos" pela violação de direitos internacionais, disse García em uma coletiva de imprensa em La Paz.

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García explicou que o objetivo das medidas é "iniciar um processo contra os responsáveis por esta violação do direito internacional, por esta violação do direito aéreo e por colocar em risco a vida do presidente, ao proibi-lo de passar pelo território de alguns países europeus, algo que nem em tempo de guerra acontece".

Quando viajava de Moscou a La Paz, depois de participar de uma cúpula de países produtores de gás natural, Morales soube em pleno voo que Portugal negava uma escala técnica de reabastecimento, e depois França e Itália proibiram o uso de seu espaço aéreo. A Espanha somou-se posteriormente a este veto, o que obrigou o avião presidencial a pousar no aeroporto de Viena e permanecer parado até a madrugada desta quarta-feira.

A chancelaria boliviana explicou na terça-feira que a medida obedeceu ao rumor de que estaria presente na aeronave o americano foragido Edward Snowden, exigido pelos Estados Unidos após revelar um vasto plano mundial de espionagem. O próprio Morales havia levantado a possibilidade na capital russa de estudar um eventual pedido de asilo político de Snowden. Depois de várias horas, os quatro países europeus autorizaram o uso de seus céus, enquanto La Paz reiterou que tudo obedeceu a um plano orquestrado pelos Estados Unidos.

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