A morte de um bebê de oito meses, por causa de graves lesões provocadas pelo estupro que sofreu em um orfanato, provocou a revolta dos bolivianos, que neste sábado exigiam justiça e punições rígidas para os culpados.
Pelo menos dez funcionários vinculados ao orfanato público, a cargo do governo de La paz, eram investigados neste sábado pela justiça, depois que o boletim de medicina legal concluiu que "a causa da morte (do bebê) foi hemorragia interna (provocada) por penetração".
Com a justiça boliviana sob críticas pela lentidão de suas sentenças, a ministra da Justiça, Sandra Gutiérrez, alertou: "Não vamos tolerar, neste tipo de situação, a demora da Justiça e que os juízes queiram se corromper".
"Eu penso que temos que unir forças para que se puna com a pena máxima o autor" do crime, ainda não identificado, havia declarado pouco antes a ministra da Transparência, Nardi Suxo, que qualificou o ato de "aberrante".
O bebê, filho de pais alcoólatras indigentes, foi acolhido no orfanato público em julho passado, junto com a irmã de 3 anos, que agora está sob custódia das autoridades estatais, especializadas na proteção da infância.
Meios de comunicação locais têm recebido, desde a sexta-feira, manifestações de revolta da população, que tem pedido a pena de morte para estupradores ou sua castração química, sanções que não são contempladas na legislação boliviana.
"As normas já estão dadas, são 30 anos de prisão sem direito a indulto. A questão é que os agentes da justiça possam aplicar a lei com todo o seu rigor", esclareceu Suxo.
Na Bolívia, a pena máxima de 30 anos de prisão sem direito a indulto é aplicada a crimes gravíssimos ou contra a pátria.
Em setembro de 2013, o caso do estupro de uma menina de sete meses, que precisou ser submetida a uma reconstrução anal e vaginal, também motivou pedidos da população por sanções mais duras contra os estupradores.