Dois ex-coronéis da Força Aérea do Chile foram condenados nesta sexta-feira por utilizar torturas que causaram a morte na prisão do pai da presidente presidente Michelle Bachelet, em 1974, informou o Poder Judicial.
A medida, de primeira instância, foi adotada pelo juiz Mario Carroza contra os ex-coronéis de aviação Edgar Cevallos Jones e Ramón Cáceres Jorqueda, condenados a dois e três anos de prisão, respectivamente.
Na sentença, à qual a AFP teve acesso, Cevallos Jones, de 83 anos, e Cáceres Jorquera, de 80, foram condenados como coautores do "delito reiterado de aplicação de tormentos" contra Alberto Bachelet, ex-general da Força Aérea do Chile, pai da atual presidente chilena.
Bachelet preso depois do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, em 1973, e meses depois morreu por causa de um infarto, ocasionado por um enfraquecimento motivados pelas torturas, segundo estabeleceu a justiça.
O ex-general Bachelet permaneceu detido na Academia de Guerra, onde foi torturado pelos próprios subalternos. Acabou sendo hospitalizado e, mais tarde, passou para prisão domiciliar.
Bachelet foi submetido a um Conselho de Guerra junto a todos os oficiais que se mantiveram leais ao governo do socialista Salvador Allende, acusados de "traição da pátria".
A esposa e sua filha Michelle também foram detidas em centros de torturas.