O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e seu principal adversário nas eleições do próximo domingo, Óscar Zuluaga, fizeram um debate "quente" nesta quinta-feira na TV, cujo tema principal foi o acordo de paz com a guerrilha das Farc.
"A paz não pode depender, como quer este governo, apenas de se defender às Farc (...). Queremos a paz, mas uma paz que respeite a justiça, não uma paz baseada na impunidade", disse Zuluaga, que exigiu um cessar-fogo da guerrilha como condição básica para as tratativas.
Santos reagiu afirmando que a paz será obtida com "prudência e responsabilidade" e que todos os acordos com a guerrilha serão submetidos a referendo.
Em um dos momentos mais tensos do debate, Zuluaga se exaltou quando foi chamado por Santos de fantoche do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). "Eu sou Óscar Ívan Zuluaga e tenho minha própria identidade, eu exijo respeito, presidente".
"Calma" - respondeu Santos - "o senhor está aprendendo com seu chefe a ser uma pessoa exaltada". Santos foi ministro da Defesa de Uribe, mas rompeu com o ex-presidente após ser acusado de traição por negociar a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Zuluaga e Santos também discordaram sobre as relações de Bogotá com o governo venezuelano de Nicolás Maduro. "A Venezuela não é uma democracia (...), não vou ter um silêncio cúmplice com a Venezuela", disse Zuluaga.
Santos respondeu que durante o governo de Uribe a Colômbia ficou "à beira da guerra com Venezuela e Equador", e que hoje as relações com os dois países melhorou muito graças a "uma diplomacia com prudência e firmeza".
Além de Santos e Zuluaga, disputarão as eleições do próximo domingo o independente Enrique Peñalosa, a conservadora Marta Lucía Ramírez e a esquerdista Clara López.
Segundo as pesquisas, nenhum dos candidatos receberá mais de 50% dos votos neste domingo, e haverá segundo turno no dia 15 de junho.