Colômbia castra hipopótamos do mafioso Pablo Escobar

Governo colombiano quer esterilizar até 60 animais vivendo à solta, descendentes de feras que viviam em zoológico privado do mais célebre traficante colombiano

27 nov 2014 - 10h14
Animais que fugiram da fazenda de Pablo Escobar acharam ambiente favorável para se reproduzir
Animais que fugiram da fazenda de Pablo Escobar acharam ambiente favorável para se reproduzir
Foto: BBC News Brasil

Autoridades da Colômbia enviaram veterinários para castrar cerca de 60 hipopótamos descendentes dos animais que habitavam um zoológico privado mantido pelo ex-traficante de drogas Pablo Escobar.

Os hipopótamos viviam na fazenda do traficante na província de Antioquia, no norte do país.

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Escobar era o chefe do Cartel de Medellín. Ele enriqueceu e se transformou em um dos traficantes de drogas mais conhecidos do mundo, comandando por anos a exportação ilegal de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos.

O traficante ordenou a criação de um zoológico particular importando animais exóticos como elefantes e girafas. Os hipopótamos inicialmente eram três fêmeas e um macho.

O traficante permitia a visitação pública do local. Ônibus carregados de estudantes entravam no complexo passando por baixo de um portal que ostentava a réplica do primeiro avião monomotor usado pelo traficante para levar cocaína aos Estados Unidos.

O local também tinha estátuas gigantescas de dinossauros, que Escobar mandou construir para seu filho.

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Após a morte de Escobar, 20 anos atrás, a fazenda Nápoles foi confiscada e a maioria dos animais foi entregue pelas autoridades a zoológicos e instituições.

Porém, muito dos hipopótamos conseguiram escapar e passaram a se reproduzir na natureza.

Trópicos favoráveis

Acredita-se que atualmente o número de animais chegue a 60, pois os bichos se reproduziram em um ambiente de selva tropical muito favorável, com água e vegetação em abundância.

Traficante Pablo Escobar criou zoológico privado na Colômbia
Foto: BBC News Brasil

Segundo especialistas, na Colômbia, sem os períodos de secas que afetam os rios da África, a população de hipopótamos cresceu mais rápido que o normal.

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Alguns chegaram a ser avistados em regiões muito distantes da fazenda do traficante.

Porém, os animais viraram alvo de polêmica, pois consomem toneladas de vegetais plantados por fazendeiros locais.

Após muitos debates sobre o que fazer com os animais, há cerca de cinco anos um deles foi abatido na antiga fazenda de Escobar. O episódio gerou fortes críticas de setores da sociedade colombiana e a ideia de promover uma caça foi abandonada.

Alguns animais recém nascidos chegaram a ser adotados como bichos de estimação pela população.

Mas o governo afirma que os hipopótamos representam uma ameaça à segurança pública – embora não haja registros de ataques a humanos desde que os animais foram importados.

A castração dos animais está sendo financiada com recursos apreendidos de traficantes de drogas. 

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