Colômbia escolhe presidente em eleições cruciais para a paz

Para especialistas, resultado do segundo turno ainda é muito incerto

15 jun 2014 - 08h03
<p>Juan Manuel Santos, que busca um novo mandato de quatro anos, e Óscar Iván Zuluaga, sucessor do popular ex-presidente Álvaro Uribe, se enfrentarão em um segundo turno de resultado muito incerto, segundo os especialistas</p>
Juan Manuel Santos, que busca um novo mandato de quatro anos, e Óscar Iván Zuluaga, sucessor do popular ex-presidente Álvaro Uribe, se enfrentarão em um segundo turno de resultado muito incerto, segundo os especialistas
Foto: Reuters

A Colômbia elege neste domingo seu próximo presidente, em eleições que se antecipam como as mais disputadas dos últimos tempos e que marcarão o futuro do processo de paz com a guerrilha após meio século de conflito.

Juan Manuel Santos, que busca um segundo mandato de quatro anos, e Óscar Iván Zuluaga, sucessor do popular ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), se enfrentarão em um segundo turno de resultado muito incerto, segundo os especialistas.

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Mais de 32 milhões de colombianos estão convocados de maneira voluntária às mesas de votação, que estarão abertas entre as 08h00 e as 16h00 locais (10h00 e 18h00 de Brasília). A autoridade eleitoral planeja divulgar o resultado uma hora após o fechamento das urnas, com a pré-contagem de 95% dos votos.

Santos, um liberal de 62 anos, e Zuluaga, um direitista de 55, ambos ex-ministros de Uribe e outrora aliados políticos, estavam em empate técnico, segundo as últimas pesquisas divulgadas na semana passada.

No primeiro turno de 25 de maio, Zuluaga venceu com 29,3% dos votos contra 25,7% de Santos, em eleições onde a abstenção chegou a 60%, a mais alta dos últimos 20 anos e que os dois candidatos esperam combater neste domingo ativando suas maquinarias eleitorais.

Em disputa está o futuro do processo de paz com os grupos insurgentes que operam na Colômbia desde meados dos anos 1960, tema decisivo de uma campanha marcada por escândalos de espionagem e acusações de traição e corrupção mútua.

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O conflito armado, que envolveu as guerrilhas, paramilitares e grupos de criminosos, deixou mais de 220.000 mortos e cinco milhões de deslocados.

O processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), principal grupo rebelde do país, que o governo de Santos leva adiante desde novembro de 2012 em Havana, dominou o debate eleitoral.

Santos busca seguir com as negociações, que já produziram avanços em temas como a reforma rural, a participação política dos guerrilheiros, a luta contra o narcotráfico e o reconhecimento às vítimas, com a promessa de que a paz beneficiará a todos, em um país onde um terço dos 47 milhões de habitantes são pobres, apesar de um crescimento superior a 4% anual.

Determinado a alcançar uma pacificação integral da Colômbia depois de protagonizar uma ofensiva contra as Farc quando era ministro da Defesa de Uribe, o presidente revelou nesta semana o início de negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista), segunda guerrilha do país, um anúncio que seu rival considerou eleitoreiro.

Zuluaga, inicialmente um feroz opositor a dialogar com a guerrilha, suavizou seu discurso depois de vencer no dia 25 de maio, dizendo que só negociará se as Farc abandonarem as ações terroristas, as minas terrestres, o recrutamento de crianças, os sequestros e extorsões.

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Preocupado com a impunidade dos guerrilheiros, Zuluaga também exige um mínimo de seis anos de prisão para seus chefes.

Para este segundo turno, as Farc, com 8.000 combatentes, voltaram a declarar um cessar-fogo unilateral. O ELN, com 2.500 membros, não se somou desta vez, mas se comprometeu a não atrapalhar a votação.

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