Cristina Kirchner será operada por médico simpatizante da oposição

Fundador de hospital se suicidou após crise no governo de la Rúa. Néstor Kirchner reabilitou sua figura e liberou fundos para a instituição

7 out 2013 - 21h11
(atualizado em 8/10/2013 às 05h49)
Cristina Chega ao hospital para exames
Cristina Chega ao hospital para exames
Foto: AP

A Fundação Favaloro, um dos mais prestigiados centros médicos privados da Argentina, finaliza os detalhes da intervenção à qual se submeterá, nesta terça-feira, a presidente Cristina Kirchner para retirar um hematoma craniano, num procedimento que será liderado por um médico que já se declarou simpatizante da oposição à governante. Cristina, que recebeu hoje na clínica as visitas de seus filhos, Máximo e Florença, e de sua mãe, Ofelia, descansou durante boa parte do dia no hospital, que liberou um andar inteiro para acomodar seus acompanhantes.

Enquanto isso, dezenas de simpatizantes começaram a se concentrar do lado de fora da Fundação Favaloro para expressar sua solidariedade e penduraram cartazes com mensagens como 'Força Cristina' e 'O país precisa de você'.

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A equipe que operará Cristina estará liderada pelo diretor do Instituto de Neurociências da Fundação Favaloro, Facundo Manes, que estudou na Universidade de Buenos Aires e completou sua formação na Universidade de Cambridge, e por Gerardo Bozovich, diretor-médico da fundação. Curiosamente, Manes se declarou há pouco tempo "radical de coração", em referência ao partido opositor União Cívica Radical, e, em 2001, após o crack econômico argentino, uniu-se a um grupo que pretende "voltar a fundar o país". 

A Fundação Favaloro, criada em 1992 pelo prestigiado cirurgião argentino René Favaloro, inventor do by-pass, foi concebida como um centro de alta complexidade, especializado em doenças do cérebro e cardiovasculares.

No ano 2000, em meio a uma grave crise pelas dívidas que a fundação acumulava, e após fracassar em sua tentativa de conseguir ajuda governamental do gabinete do então presidente radical Fernando de la Rúa (1999-2001), Favaloro se suicidou. Quatro anos depois, o falecido ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, reabilitou sua figura publicamente e liberou fundos para a instituição.

  
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