O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse neste domingo que a ilha apoia o direito da Venezuela e de todos os países da América Latina de dar asilo aos "perseguidos por seus ideais e lutas pelos direitos democráticos", em referência ao caso Snowden.
"Respaldamos o direito soberano da República Bolivariana da Venezuela e de todos os Estados da região de conceder asilo aos perseguidos por seus ideais e lutas com os direitos democráticos, segundo nossa tradição", disse o general Castro em discurso no Parlamento cubano.
Em sua primeira referência sobre o caso do jovem ex-técnico da CIA, o presidente cubano disse que as revelações de Edward Snowden "permitiram confirmar a existência de sistemas de espionagem global dos Estados Unidos, que violam a soberania das nações, inclusive de seus aliados, e os direitos humanos".
"Cuba, que foi historicamente um dos países mais agredidos e também mais espionados do planeta, já sabia da existência desses sistemas de espionagem", afirmou.
Segundo Castro, o aspecto inusitado do caso foi "a maneira com que se impôs o controle midiático e a censura para desviar a atenção do fundamental, ou seja: o enorme poder do governo americano no controle em massa das tecnologias da informação e dos veículos de comunicação e se concentrar então na perseguição internacional do denunciante".
O americano de 30 anos revelou uma trama de espionagem em massa das comunicações telefônicas e na internet feita pelos serviços secretos dos Estados Unidos, e rejeitou se submeter à Justiça de seu país, onde foi tachado de traidor.