O Governo de Cuba divulgou comunicado nesta sexta-feira, garantindo que qualquer estratégia para mudar o sistema na ilha está "condenada ao fracasso", e que os Estados Unidos não estão em condições de dar licções sobre direitos humanos, destacando que pretendem seguir dialogando com o país.
A declaração foi difundida simultaneamente em todos os veículos de comunicação estatais. Nela, o regime comandado por Raúl Castro respondeu ao anúncio feito hoje pelo presidente americano, Donald Trump, que anunciou mudança na política para Cuba.
"Qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social em Cuba, que pretenda alcançar através de pressões e imposições, ou empregando métodos mais sutis, estará condenada ao fracasso", diz o texto veiculado como primeira reação ao posicionamento de Washington.
O texto sustenta que as mudanças que sejam necessárias para Cuba, como as que estão sendo realizadas agora, como parte do processo de atualização do modelo econômico e socialista na ilha, "seguirão sendo decididos soberanamente" pelo povo cubano.
"Assumiremos qualquer risco e continuaremos firmes e seguros na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável", afirma o governo.
A declaração aponta que Donald Trump esteve, mais uma vez, "mal assessorado", ao tomar decisões que favorecem os interesses políticos de uma "minoria extremista" de origem cubana, residente no estado da Flórida, que, por "motivações mesquinhas" não desiste da pretensão de castigar Cuba e a sua população.
Na questão dos direitos humanos, o Governo de Cuba, rejeita a "manipulação com fins políticos", garantindo que os cidadãos do país "desfrutam de direitos e liberdades fundamentais", destacando o acesso à saúde, educação, previdência social, salários iguais, direitos das crianças, à alimentação, a paz e ao desenvolvimento.
"Os Estados Unidos não estão em condições de nos dar lições", garante o texto veiculado hoje, que ainda destaca negativamente o grande número de casos de assassinatos, abusos policiais, discriminação racial, nos Estados Unidos.
O governo de Cuba ainda garante que está disposto a continuar um diálogo "respeitoso", além da cooperação em temas de interesse mútuo, assim como a negociação de assuntos bilaterais "pendentes" com o governo americano, mas garante que não realizará concessões que possam ferir sua soberania e independência.