Cuba homenageia Hugo Chávez em desfile de 1º de maio

1 mai 2013 - 10h07
(atualizado às 12h52)
Cubanos participam de ato nas proximidades de prédio coberto com imagens de Chávez e do líder sindical Lazaro Peña
Cubanos participam de ato nas proximidades de prédio coberto com imagens de Chávez e do líder sindical Lazaro Peña
Foto: AP

Centenas de milhares de cubanos lotaram na quarta-feira a praça da Revolução, em Havana, para um desfile do Dia do Trabalho que teve como principal homenageado o líder socialista venezuelano Hugo Chávez, que prestou importante assistência à ilha até sua morte, em março.

Um mar de trabalhadores, muitos deles usando camisas vermelhas e levando cartazes com a imagem de Chávez, desfilou diante de uma gigantesca estátua de José Martí, herói da independência cubana, que viveu no século XIX.

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Pela ampla praça, cenário das celebrações cívicas do regime comunista, passaram também retratos do líder revolucionário Fidel Castro, do seu irmão Raúl, atual presidente do país, e de Ernesto "Che" Guevara, guerrilheiro argentino que teve importante atuação na Revolução Cubana de 1959.

No caso de Chávez, os sorridentes retratos usados no desfile e a imensa efígie pendurada em um prédio próximo traziam uma mesma legenda: "Nosso melhor amigo", termo usado por Fidel em um artigo publicado após a morte do presidente venezuelano, vitimado por um câncer aos 58 anos.

Chávez tinha Fidel como padrinho político. Com petróleo e dinheiro, ele ajudou a economia cubana a se recuperar da ruína financeira causada pelo fim da União Soviética, em 1991.

"Prestamos uma homenagem especial ao inesquecível comandante Hugo Chávez Frias, e manifestamos nosso mais profundo afeto e admiração por esse gigante", disse o vice-presidente Salvador Valdés Mesa em discurso que deu início ao desfile, tradicionalmente um dos principais eventos do calendário cívico cubano.

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Muitos cubanos temiam que a ajuda chavista acabasse com a morte do líder, mas o sucessor dele, Nicolás Maduro, visitou Havana no último final de semana e prometeu manter uma estreita aliança entre os dois países.

A Venezuela fornece 110 mil barris de petróleo por dia a Cuba, a preços subsidiados. Parte do valor é paga com os serviços de 44 mil cubanos enviados à Venezuela, a maioria médicos e outros profissionais da saúde. O petróleo venezuelano representa cerca de dois terços do consumo da ilha.

Alguns participantes do desfile também levavam um cartaz em que aparecia o rosto bigodudo de Maduro, usando um capacete de trabalhador petroleiro, com os dizeres: "Chávez, te juro que o petróleo continuará sendo do povo".

Fidel, 86 anos, não compareceu ao desfile. O veterano revolucionário, que governou o país durante 49 anos até se afastar oficialmente em 2008, tem a saúde frágil e diz que não pode ficar muito tempo exposto ao sol.

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O outro tema do evento foi "Unidos por um socialismo próspero e sustentável", que é a meta de um amplo programa de modernização implementado por Raúl. O presidente cubano, 81 anos, assistiu ao desfile vestindo uma "guayabera" (camisa tradicional cubana) branca, e acenou para a multidão que passava diante do seu assento, sob a estátua de Martí. Ele não discursou, delegando a tarefa a Valdés.

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