Os cubanos votarão no domingo para eleger suas autoridades municipais, em eleições realizadas a cada dois anos e meio, e que terão pela primeira vez dois opositores como candidatos. "Mais de oito milhões de cubanos e cubanas estão convocados a eleger" 12.589 vereadores nos 168 municípios do país, de 11,1 milhões de habitantes, afirmou o jornal oficial Granma, antecipando que os resultados das eleições do domingo serão uma "grande vitória".
Em um fato inédito na ilha comunista, dois opositores, o advogado e jornalista independente Hildebrando Chaviano, de 65 anos, e o profissional de informática Yuniel López, de 26 anos, figuram entre os 27.379 candidatos a vereador, escolhidos em assembleias de bairros, com votos contados por mãos levantadas.
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Ambos opositores se queixam de que em suas biografias, que são mostradas publicamente nos colégios eleitorais, apontam que pertencem a pequenos grupos "contra-revolucionários", para persuadir os eleitores de que não votem neles.
Em Cuba o voto não é obrigatório, mas os simpatizantes do governo chamam todos, porta a porta, para participar, enquanto os meios de comunicação, todos sob o controle estatal, mantém uma intensa campanha convocando às urnas.
As autoridades defendem o sistema eleitoral, estabelecido em 1976, como o "mais democrático e transparente", mas os opositores o desqualificam assegurando que se o governante Partido Comunista (único) não escolhe candidatos, ele supervisiona o processo e assegura, com sua influência e o voto de seus militantes e simpatizantes, que nenhum dissidente seja eleito.
Os opositores cubanos, chamados pelo governo de "mercenários" a serviço dos Estados Unidos, chamam tradicionalmente à abstenção, votar em branco ou escrever frases antigovernamentais nas cédulas, para que sejam anuladas.
A votação de domingo é a ante-sala das eleições para as Assembleias Municipais e a Assembleia Nacional (Parlamento), que são realizadas na Ilha a cada cinco anos. As próximas serão realizadas em 2018.