Diferenças em discurso crescem entre candidatos na Colômbia

7 jun 2014 - 20h56

Os dois candidatos à presidência da Colômbia ampliaram suas diferenças sobre os diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) neste sábado, penúltimo dia de campanha em praça pública para o segundo turno, que acontece no próximo domingo, 15 de junho.

A roteiro anunciado em Havana pelos delegados do governo e das Farc para negociar o ponto referente às vítimas do conflito armado, um dos temas mais delicados do processo de paz, provocou declarações dos candidatos.

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O presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição pela coalizão União Nacional, dedicou este sábado a fazer campanha no litoral atlântico, seu reduto eleitoral, onde visitou as cidades de Montería e Sincelejo, e terminará o dia em Cartagena.

Santos considerou "histórica" a definição dos princípios que regerão o debate sobre as vítimas do conflito, assim como dos mecanismos para agilizar o processo de paz, mediado na capital cubana e iniciado em seu governo, em novembro de 2012.

"É um fato histórico e decisivo para o futuro da paz o acordo da mesa negociadora em Cuba, que permitirá a uma comissão de vítimas exigir seus direitos e a justiça", comentou Santos em Montería.

No plano de trabalho anunciado hoje, as Farc admitiram pela primeira vez em meio século de conflito armado que eles também causaram vítimas - e não só o Estado - em sua luta contra os insurgentes.

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"Avanços no reconhecimento e tratamento das vítimas, assim como a agilização do processo de paz são grandes notícias!", publicou Santos em sua conta no Twitter.

Já seu rival no segundo turno, Óscar Iván Zuluaga, do movimento uribista Centro Democrático, forte crítico da forma como o governo manejou o processo de paz, expressou seu ceticismo sobre o passo dado rumo a um acordo sobre vítimas nas negociações a apenas uma semana do segundo turno.

"As Farc sempre enganaram o país e é lamentável que um presidente busque a reeleição tendo como grande aliado os principais infratores, o principal responsável pelo narcotráfico e um grupo terrorista", disse Zuluaga em um evento de campanha em Pitalito, no sudoeste do país.

O candidato do Centro Democrático percorreu este sábado vários municípios do estado de Huila, uma região agrícola que foi duramente golpeada pela guerrilha e onde obteve seus melhores resultados no primeiro turno, em 25 de março.

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Zuluaga está acompanhado nesta viagem de campanha pelo ex-vice-presidente Francisco Santos, primo do atual chefe de Estado, que também vinculou o anúncio de hoje em Cuba com a proximidade das eleições.

"De quanto será o cheque que o presidente Santos terá de dar para saldar essa conta? O que vai dar em troca dessa ajuda que estão dando desde Havana?", questionou o ex-vice-presidente.

O prazo para campanha nas ruas termina amanhã, uma semana antes do segundo turno, e a julgar pelo que mostram as pesquisas, está tão ou mais apertado que o primeiro, no qual Zuluaga ficou em com 29,25% dos votos, e Santos recebeu 25,69%.

As duas últimas pesquisas de intenções de voto, divulgadas na sexta-feira, mostraram resultados díspares. Uma deu a vitória a Santos, com 43,4% contra 38,5% para Zuluaga, e a outra mostrou o contrário, com Zuluaga à frente com 49% dos votos, e Santos com 41%.

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