Uma mulher de El Salvador foi condenada pela Justiça nesta sexta-feira por ter interrompido a gravidez. Gloria Rosibel García Aguirre, 31 anos, foi condenada por "homicídio agravado", por estar aos "nove meses" de gestação, confirmou um porta-voz dos tribunais de El Salvador.
O porta-voz explicou que inicialmente a mulher foi detida e acusada de "aborto consentido", pois foram encontradas "várias pastilhas" em sua vagina quando deu entrada no hospital de Zacatecoluca e foi denunciada pelos médicos do próprio hospital.
A organização salvadorenha Grupo Cidadão pela Descriminalização do Aborto Terapêutico, Ético e Eugenésico denunciou em reiteradas ocasiões que nos hospitais de El Salvador há uma espécie de perseguição às mulheres quando existem suspeitas de terem praticado um aborto.
Entre os anos 2000 e 2011, "129 mulheres" foram "denunciadas e processadas por aborto e por homicídio vinculado a aborto". Destas, 22 estão presas, disse o advogado Denis Muñoz, integrante do Grupo Cidadão.
El Salvador é um dos cinco países da América Latina, junto à Nicarágua, Honduras, República Dominicana e Chile, que proíbem o aborto de maneira absoluta.