Depois de três semanas de campanha presidencial para o segundo turno na Colômbia, as pesquisas de intenção de voto não apontaram diferenças significativas entre os candidatos: o presidente Juan Manuel Santos, que tenta a reeleição, e o opositor Oscar Zuluaga, do Centro Democrático. As pesquisas mantiveram uma pequena variação entre os dois, algumas com vantagem para Zuluaga, outras para Santos.
Os dois candidatos participaram de debates nesta semana e mantiveram o mesmo tom do discurso feito durante a campanha no primeiro turno. Em busca da reeleição, Santos pede votos pela continuidade do processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e pelo início da negociação com o Exército da Libertação Nacional (ELN), anunciado na última terça-feira.
No último debate, Zuluaga manteve a estratégia de desqualificar as afirmações de Santos, chamando-o de "mentiroso". O opositor, apadrinhado do ex-presidente Álvaro Uribe, critica a gestão santista e acusa o presidente de não ter cumprido as promessas feitas para o setor agrícola.
No interior do país, os dois candidatos usaram suas bases. Eles pedem votos para os indecisos e tentam convencer os colombianos a votar no próximo domingo. No primeiro turno, a abstenção foi de 60%. Ambos se concentraram nas regiões em que tiveram pior desempenho no primeiro turno - Santos, na região do café, na Antioquia (departamento de Uribe) e região central; Zuluaga deu atenção às regiões do Caribe, Pacífico e às zonas de conflito armado.
O presidente conseguiu o apoio dos partidos de ex-candidatos de esquerda. Os principais apoiadores da campanha de Santos são Clara López, do Polo Democrático Alternativo, quarta colocada nas eleições, e Antanas Mokus, que em 2010 foi derrotado por Santos nas eleições presidenciais. Os partidos de esquerda - contrários à política de direita de Álvaro Uribe -, tentam se unir para impedir a vitória de Zuluaga e um cenário incerto para o processo de paz. Com a disputa acirrada, além de defender a continuidade da negociação, Santos aumentou as promessas de investimentos sociais e prometeu retirar a obrigatoriedade do serviço militar.
Zuluaga, por sua vez, promete manter os programas sociais - alguns semelhantes ao Bolsa Família, e investir em escolas públicas, na saúde e na infraestrutura. Mas sua plataforma mais forte é relacionada à segurança e ao investimento na chamada "segurança democrática", programa criado por Álvaro Uribe que fortaleceu o aparato militar colombiano. Além do apoio de Uribe, o candidato tem a adesão da terceira colocada no primeiro turno, Marta Ramírez, do Partido Conservador.