Eleições na Colômbia: oposição dará pena reduzida a ex-Farc

Se eleito, o uribista Óscar Iván Zuluaga planeja propor penas de 6 anos a ex-guerrilheiros; segundo turno está marcado para o dia 15 de junho

26 mai 2014 - 12h24
<p>Candidato da oposição, Óscar Iván Zuluaga, comemora a ida para o segundo turno nas eleições da Colombia</p>
Candidato da oposição, Óscar Iván Zuluaga, comemora a ida para o segundo turno nas eleições da Colombia
Foto: Reuters

O vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais da Colômbia, o uribista Óscar Iván Zuluaga, reiterou nesta segunda-feira que se for eleito suspenderá o processo de paz provisoriamente, mas se declarou disposto a propor penas reduzidas de seis anos para os ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Zuluaga definiu em entrevista coletiva sua postura com relação ao processo de paz quando começa uma dura campanha de três semanas para o segundo turno de 15 de junho, na qual terá como rival o presidente Juan Manuel Santos, que busca a reeleição.

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"Em prol da paz estamos dispostos a buscar uma pena reduzida de cerca de seis anos", afirmou Zuluaga, que havia rejeitado os mecanismos de justiça transicional que Santos propôs desde que começou o processo de paz com as Farc em Havana em novembro de 2012.

Zuluaga considerou que não serve de nada assinar um acordo com as Farc se depois não houver justiça, por isso "uma condição é que os que tiverem cometido crimes atrozes precisam pagar por eles na prisão".

"Sou amigo da paz e estou disposto à busca da paz negociada. Quando se busca uma paz negociada tem que haver um cessar-fogo para os colombianos de bem", afirmou Zuluaga.

O candidato uribista explicou de novo que se for eleito presidente, no mesmo dia de sua posse, 7 de agosto, decretará uma suspensão provisória dos diálogos de Havana para que as Farc decidam se querem seguir adiante e declarem um cessar-fogo "comprovável e permanente".

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Zuluaga deixou as "portas abertas" para carimbar "acordos programáticos" com os outros três candidatos que não conseguiram passar o primeiro turno: a conservadora Marta Lucía Ramírez, a esquerdista Clara López e o verde Enrique Peñalosa.

Dos três, Marta Lucía é a mais próxima de suas ideias, mas as versões sobre uma possível aliança com o vencedor do primeiro turno ainda estão no campo do rumor.

"Nossa proposta de segurança, educação, saúde, setor agrícola, habitação e respeito aos valores interpreta muito bem os colombianos e tenho certeza de que nos próximos dias vai estimular que outros grupos políticos se somem a nossa candidatura", acrescentou Zuluaga.

O candidato do Centro Democrático, cujo mentor é o ex-presidente e senador eleito Álvaro Uribe, obteve 29,25% dos votos, enquanto Santos alcançou 25,69% nas eleições deste domingo, nas quais se registrou uma abstenção recorde de quase 60% e não houve atos de violência. Ambos concorrerão ao segundo turno no dia 15 de junho.

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