Embaixada dos EUA na Venezuela suspende emissão de vistos

23 mar 2014 - 22h05

A embaixada dos Estados Unidos na Venezuela informou neste domingo sobre a suspensão "até novo aviso" da emissão de vistos para turistas porque não conta com o número necessário de funcionários para fazer os trâmites após a expulsão de vários empregados nos últimos meses. "A embaixada dos Estados Unidos em Caracas não conta neste momento com suficiente pessoal consular para seguir programando entrevistas para os solicitantes que pedem visto turístico pela primeira vez", diz um comunicado publicado no site da sede diplomática dos EUA na Venezuela.

No escrito, publicado na seção da "Unidade de vistos de não-imigrantes", a embaixada diz lamentar a suspensão do trâmite "como resultado da expulsão de vários funcionários consulares e atrasos do governo venezuelano na expedição de vistos para os funcionários entrantes".

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O comunicado também explica que a medida será mantida "até novo aviso" e que só serão aprovados vistos para "situações de emergência". "Se o senhor já tem uma entrevista, favor de cumpri-la na data e na hora programada, já que sob as condições atuais de falta de pessoal, é pouco provável que possamos voltar a programar sua entrevista oportunamente", se explica.

As pessoas, acrescenta, podem tramitar sua solicitação para o visto turístico pela primeira vez "em outras embaixadas ou consulados americanos no exterior" e aponta que uma vez que se permita que o pessoal consular dos EUA volte "aos níveis normais de trabalho", será realizada a reprogramação das entrevistas. "Lamentamos profundamente o incômodo e esperamos voltar ao nosso nível habitual de serviço no futuro", finaliza o comunicado.

Os Estados Unidos evitaram na semana passada responder à oferta do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de começar um diálogo bilateral sobre os protestos que há mais de um mês são realizadas no país, mas insistiu que é "essencial" a mediação de uma terceira parte para resolver as tensões entre governo e oposição.

As tensões entre Estados Unidos e Venezuela aumentaram há mais de uma semana depois que o secretário de Estado de EUA, John Kerry, revelou que seu governo deve impor sanções aos funcionários venezuelanos se não houver avanços no diálogo.

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Em resposta, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Elías Jaua, chamou na sexta-feira Kerry de "assassino do povo venezuelano", algo que o Departamento de Estado qualificou de "acusação absurda", e disse que a Venezuela falta "descaradamente com a verdade".

Os protestos contra o governo de Maduro começaram em 12 de fevereiro e até hoje deixaram 31 mortos, segundo o saldo oficial, e mais de 450 feridos e quase dois mil detidos, 121 deles ainda na prisão.

No entanto, nas últimas horas foram reportadas outras três mortes nos estados andinos Táchira e Mérida (oeste) e em Carabobo (centro) no marco dos protestos que não foram incluídas nos números oficiais.

  
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