Falta de preservativos na Venezuela afeta prevenção da Aids

Os produtos desapareceram das prateleiras de farmácias desde o fim de 2014; a principal queixa das empresas é a dificuldade de acesso a dólares para importação

6 fev 2015 - 15h11
(atualizado às 16h42)
Venezuelanos aguardam na fila do caixa dentro da farmácia Farmatodo em Caracas, em 3 de fevereiro
Venezuelanos aguardam na fila do caixa dentro da farmácia Farmatodo em Caracas, em 3 de fevereiro
Foto: Jorge Silva / Reuters

A escassez de preservativos afeta os programas de prevenção da Aids na Venezuela e poderá comprometer as metas do milênio de combate à epidemia e à gravidez precoce, conforme alertou hoje o presidente da organização não-governamental Stop VIH, Jonhatan Rodríguez.

"A Venezuela apresentou o terceiro maior índice de infeções de HIV por habitante da América do Sul, segundo dados da Organização das Nações Unidas em relatório correspondente a 2013. O país também tem uma das mais altas taxas de gravidez em adolescentes do continente", disse.

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De acordo com Jonhatan Rodríguez, a falta de preservativos afeta as campanhas oficiais e particulares de prevenção ao contágio da doença, porque impedem que seja colocada em prática uma das recomendações mais importantes, a da prevenção.

Para ajudar jovens a saber mais sobre o vírus da Aids e prevenir novas infeções, a StopVIH trabalha na elaboração de um aplicativo para smartphones, que estará disponível em breve e gratuitamente para os sistemas Android, RIM (Blackberry) e Windows.

"O aplicativo permitirá que nossa contribuição à sociedade continue crescendo”, informou Rodríguez. Acrescentou que o aplicativo é desenvolvido pela própria ONG, com ajuda de profissionais de informática.

Os preservativos desapareceram das prateleiras de farmácias e demais estabelecimentos comerciais do país desde o fim de 2014. A principal queixa das empresas é a dificuldade de acesso a dólares para procedimentos de importação.

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O problema é consequência do sistema de controle cambial em vigor, que impede a livre compra de moeda estrangeira no país, sendo necessário recorrer ao Estado para obter as autorizações.

Diante da situação, a Stop VIH apelou ao Ministério de Saúde venezuelano para agilizar os procedimentos, de modo que as empresas consigam importar preservativos e "abastecer urgentemente as farmácias e os programas de prevenção de infeções por transmissão sexual".

Na Venezuela, é cada vez mais difícil conseguir produtos essenciais como alguns medicamentos, leite, óleo, café, açúcar, margarina, papel higiênico ou outros produtos básicos de higiene. Diariamente, os supermercados registram filas de clientes à procura de produtos, que, muitas vezes, são levados antes de chegar às prateleiras.

Alguns cidadãos recorrem frequentemente a aplicativos de smartphones para saber onde chegam produtos escassos e para avisar amigos de sua existência em determinado local. Para conseguí-los, os venezuelanos perdem horas diárias em filas de diferentes estabelecimentos comerciais

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Agência Brasil
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