Farc afirma que EUA 'mentem' sobre narcotráfico

Chefe das Farc também declarou que o governo colombiano está "confuso" sobre a criação de comissão da verdade sobre o conflito armado que já dura meio século

24 abr 2014 - 12h51
(atualizado às 12h55)
<p>Ivan Marquez, negociador-chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), à esquerda, fala à imprensa no início de uma nova rodada de negociações com o governo colombiano, em Havana, Cuba, nesta quinta-feira 24 de abril</p>
Ivan Marquez, negociador-chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), à esquerda, fala à imprensa no início de uma nova rodada de negociações com o governo colombiano, em Havana, Cuba, nesta quinta-feira 24 de abril
Foto: AP

A guerrilha das Farc afirmou nesta quinta-feira que o governo colombiano está "confuso" sobre a criação de uma comissão da verdade sobre o conflito armado e disse que os Estados Unidos "mentem" sobre o tráfico de drogas e dificultam o processo de paz.

"O governo dos Estados Unidos não ajuda para o processo de reconciliação da Colômbia com as suas falsas representações dos fatos sobre a questão do narcotráfico que está sendo discutido nas negociações de paz" de Havana, declarou o negociador-chefe das Farc, Ivan Márquez.

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"É contraditório que, enquanto o presidente (Barack) Obama expressa apoio ao processo (de paz), os porta-vozes do Departamento de Estado atuam contra essa finalidade", oferecendo recompensas para a captura dos líderes das Farc, acrescentou Marquez.

O Departamento de Estado americano oferece, de fato, em seu site uma recompensa de cinco milhões de dólares pelo líder das Farc Timoleon Jimenez "Timoshenko" e outros líderes, incluindo delegados da paz, enquanto Bogotá dialoga com a guerrilha por não considerá-la uma organização de tráfico de drogas.

"Os Estados Unidos mentem", afirma a guerrilha em um comunicado de imprensa, que também destaca que Washington "tem feito vista grossa para o comércio internacional de drogas para desestabilizar governos legítimos".

Além disso, Marquez declarou que o governo colombiano está "confuso" sobre a comissão da verdade sobre o conflito armado que já dura meio século. Os dois lados apoiam a iniciativa, mas discordam sobre suas responsabilidades e o momento da sua criação.

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