Fidel Castro recebe cubanos acusados de espionagem pelos EUA

"Fui feliz durante horas ouvindo relatos maravilhosos de heroísmo do grupo", escreveu Castro

2 mar 2015 - 15h19
(atualizado às 16h55)
<p>Fidel recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana</p>
Fidel recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana
Foto: Cubadebate / Reuters

O líder cubano Fidel Castro recebeu no último sábado (28) em sua casa os cinco agentes cubanos condenados nos Estados Unidos por espionagem - dois deles cumpriram penas e três foram trocados por um espião -, segundo um texto publicado nesta segunda-feira.

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"Eu os recebi no sábado, 28 de fevereiro, 73 dias depois de terem pisado em terra cubana e fui feliz durante horas ouvindo relatos maravilhosos de heroísmo do grupo", escreveu Castro, que recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana.

Fidel recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana
Foto: Cubadebate / Reuters

Além do texto, o jornal oficial Granma publicou 13 fotografias do encontro, que durou cinco horas. Fidel Castro, muito magro, aparece nas imagens com uma roupa esportiva azul e camisa branca.

Em todas as fotografias, Castro, 88 anos, afastado da vida pública desde 2006, aparece sentado. Em algumas imagens aparecem sua companheira, Dalia Soto del Valle, e o sobrinho, o coronel Alejandro Castro Espín, filho do presidente Raúl Castro.

O 'pai da revolução cubana' reiterou que Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Fernando González, René González e Antonio Guerrero "nunca provocaram qualquer dano aos Estados Unidos", pois apenas "tentavam prevenir e impedir os atos terroristas contra a ilha" espionando grupos anticastristas.

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Fidel recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana
Foto: Cubadebate / Reuters

"A inteligência cubana não precisava em absoluto acompanhar os movimentos de uma única equipe militar dos Estados Unidos, porque podia observar do espaço tudo o que se movia sobre nosso planeta através da Base (russa) de Exploração Radioeletrônica 'Lourdes', ao sul da capital de Cuba", explicou.

Indicou que esta antiga base soviética de rádio-escuta, fechada em 2001 pelo presidente russo Vladimir Putin, "era capaz de detectar qualquer objeto que se movesse a milhares de quilômetros de nosso país".

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Castro destacou que os agentes foram vítimas de uma "caçada desumana", na qual participaram os próprios organismos de investigação (americanos), e que foram condenados a uma "prisão brutal por juízes venais".

Fidel recebeu os agentes em sua residência, na zona oeste de Havana
Foto: Cubadebate / Reuters

Além disso, criticou as duras condições de prisão que enfrentaram "ao respirar o ar úmido, fedorento e repugnante dos porões de uma prisão ianque".

No texto, Fidel Castro explica que demorou a receber os agentes porque "o principal em sua chegada era saudar seus familiares, amigos e o povo, sem descuidar por um minuto da saúde e o rigoroso exame médico".

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"Os cinco", como são conhecidos em Havana, foram detidos em 1998 ao lado de 14 pessoas acusadas de integrar a "Rede Avispa", considerado o maior grupo de espiões cubanos detectados em operações nos Estados Unidos.

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René e Fernando González foram libertados ao fim de sua condenação. Hernández, Guerrero e Labañino chegaram a Cuba em 17 de dezembro de 2014, depois do histórico anúncio de Raúl Castro e do presidente americano, Barack Obama, de restabelecer as relações entre os dois países, após mais de meio século de ruptura.

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