O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, integrará a missão de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) que tentará buscar nesta semana vias de diálogo no conflito que vive a Venezuela, informou nesta segunda-feira seu escritório.
Fontes oficiais disseram à Agência Efe que Figueiredo viajará esta noite para Caracas, onde se somará aos outros chanceleres da Unasul, cuja missão foi aprovada durante uma reunião extraordinária realizada no Chile no último dia 12. Conforme uma breve nota do ministério, os chanceleres sul-americanos terão a tarefa de "acompanhar, apoiar e assessorar um diálogo político amplo e construtivo na Venezuela".
Há mais de um mês, esse país está imerso em uma forte onda de manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que já deixaram mais de 30 mortos e 450 feridos. A oposição denunciou que o governo bolivariano respondeu protestos "pacíficos" com uma violenta repressão, assim como a detenção de centenas de pessoas, das quais muitas teriam sofrido torturas na prisão.
A Unasul previu que a missão de chanceleres permanecerá em Caracas entre terça-feira e quarta-feira e, segundo o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, deve estar de acordo com "as orientações do governo da Venezuela", que solicitou o envio.
No entanto, a chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, e seu colega paraguaio, Eladio Loizaga, pediram hoje em Assunção que a agenda dos ministros da Unasul seja ampliada e inclua "mais partes com as quais conversar".
"Achamos que a agenda primária remetida tem que ser mais ampla, dado o compromisso que a missão tome contato com todos os setores políticos e sociais da Venezuela", disse Loizaga junto a Holguín.
A chanceler colombiana considerou que a missão da Unasul deveria conversar com a aliança de partidos opositores Mesa da Unidade Democrática (MUD) e os movimentos estudantis que protestam contra Maduro.
Ontem, o secretário da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, manifestou certa desconfiança pela Unasul, da qual disse que "é um âmbito dos mais favoráveis que há para o governo" de Maduro.
"Quando esse organismo envia uma missão a Caracas reconhece que há um problema muito sério na Venezuela, que há uma crise e que deve se falar com todos os setores na Venezuela", disse Aveledo.