A sexóloga cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, anunciou nesta terça-feira (5) que alguns casamentos simbólicos serão celebrados por pastores protestantes no próximo sábado (9), como parte das festividades do dia nacional contra a homofobia.
À frente de uma cruzada contra a homofobia na ilha comunista, Mariela tentou aprovar, como deputada e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual, a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo em um país onde os homossexuais foram perseguidos após a revolução de 1959.
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"Nós não poderíamos fazer o casamento, mas queríamos fazer uma festa modesta de amor com alguns líderes religiosos que sempre nos acompanham", disse Mariela Castro em uma coletiva de imprensa para divulgar a programação do Oitavo Dia Nacional Contra a Homofobia.
"A ideia surgiu quando vi um casamento coletivo em Toronto (no Dia do Orgulho Gay) e fiquei com vontade de fazer algo aqui, mas como tudo aqui é feito também levando em conta os ativistas, sentimos que era melhor começar com algo mais humilde para ver como é", explicou.
Ela disse que os casamentos simbólicos são destinados a "alguns casais que queiram participar desta celebração simples, modesta de amor", como parte do Dia Contra a Homofobia, dedicado este ano à defesa dos "espaços de trabalho" da comunidade LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais).
"Este ano começamos a trabalhar os direitos no local de trabalho (...) porque temos visto que a maior vulnerabilidade das pessoas LGBTI (...) está no espaço de trabalho, na escola também", afirmou.
Ele lembrou que, no novo Código do Trabalho de Cuba, em vigor desde junho de 2014, "foi possível pela primeira vez eliminar a discriminação com base na orientação sexual". Mesmo assim, o texto ainda não abarca o conceito de "identidade de gênero".
Acabar com a discriminação baseada na orientação sexual "é uma coisa maravilhosa, mas eu, pessoalmente, não estou satisfeita, porque não conseguimos incluir o conceito de identidade de gênero".
Mariela Castro é o rosto da luta pelos direitos dos homossexuais em Cuba, onde foram perseguidos nos primeiros anos de regime comunista de seu tio Fidel Castro (1959-2006) - sendo submetidos a internamento forçado em campos de trabalho nos anos 60, além de serem socialmente marginalizados.