Filha de Raúl Castro anuncia festa contra homofobia em Cuba

"Nós não poderíamos fazer o casamento, mas queríamos fazer uma festa modesta de amor com alguns líderes religiosos", disse Mariela

5 mai 2015 - 16h57
(atualizado às 17h38)
Mariela Castro é o rosto da luta pelos direitos dos homossexuais em Cuba
Mariela Castro é o rosto da luta pelos direitos dos homossexuais em Cuba
Foto: Reuters

A sexóloga cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, anunciou nesta terça-feira (5) que alguns casamentos simbólicos serão celebrados por pastores protestantes no próximo sábado (9), como parte das festividades do dia nacional contra a homofobia.

À frente de uma cruzada contra a homofobia na ilha comunista, Mariela tentou aprovar, como deputada e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual, a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo em um país onde os homossexuais foram perseguidos após a revolução de 1959.

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"Nós não poderíamos fazer o casamento, mas queríamos fazer uma festa modesta de amor com alguns líderes religiosos que sempre nos acompanham", disse Mariela Castro em uma coletiva de imprensa para divulgar a programação do Oitavo Dia Nacional Contra a Homofobia.

"A ideia surgiu quando vi um casamento coletivo em Toronto (no Dia do Orgulho Gay) e fiquei com vontade de fazer algo aqui, mas como tudo aqui é feito também levando em conta os ativistas, sentimos que era melhor começar com algo mais humilde para ver como é", explicou.

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Ela disse que os casamentos simbólicos são destinados a "alguns casais que queiram participar desta celebração simples, modesta de amor", como parte do Dia Contra a Homofobia, dedicado este ano à defesa dos "espaços de trabalho" da comunidade LGBTI (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais).

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"Este ano começamos a trabalhar os direitos no local de trabalho (...) porque temos visto que a maior vulnerabilidade das pessoas LGBTI (...) está no espaço de trabalho, na escola também", afirmou.

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Ele lembrou que, no novo Código do Trabalho de Cuba, em vigor desde junho de 2014, "foi possível pela primeira vez eliminar a discriminação com base na orientação sexual". Mesmo assim, o texto ainda não abarca o conceito de "identidade de gênero".

Acabar com a discriminação baseada na orientação sexual "é uma coisa maravilhosa, mas eu, pessoalmente, não estou satisfeita, porque não conseguimos incluir o conceito de identidade de gênero".

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Mariela Castro é o rosto da luta pelos direitos dos homossexuais em Cuba, onde foram perseguidos nos primeiros anos de regime comunista de seu tio Fidel Castro (1959-2006) - sendo submetidos a internamento forçado em campos de trabalho nos anos 60, além de serem socialmente marginalizados.

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