O general Vladimir Padrino, chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO) das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas da Venezuela (Fanb), disse nesta quinta-feira que a instituição militar não serve "para a barbárie", para dar golpes de Estado e, muito menos, para forçar a vontade popular.
"As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas são instituições que merecem respeito. Não somos as montoneras do século XIX e do início do século passado. Não servimos para a barbárie, para golpes de Estado e muito menos para forçar a vontade popular", afirmou Padrino em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
O general condenou os incidentes violentos que ocorreram nos protestos contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que há três semanas se desenvolvem no país e que deixaram, segundo números oficiais, 19 mortos e mais de 300 feridos.
"Estas ações violentas que cerceiam os direitos fundamentais da sociedade buscam um desfecho que rompa com a ordem Constitucional, esses grupos buscam desesperadamente um ponto de inflexão nas Fanb", assinalou.
Acrescentou que, nos últimos dias, os militares observaram "indignados" como em alguns municípios do país foi gerada "uma violenta e exacerbada investida contra o povo da Venezuela, que custou a vida de compatriotas venezuelanos, civis e militares e mais de uma centena de feridos".
Padrino atribuiu essa "investida" a "alguns grupos isolados que querem ver a Venezuela destruída". Além disso, o chefe militar informou que nos dois últimos dias "indivíduos mal-intencionados, quase todos vivendo fora do país, carentes de toda moral e ética, exigiram desobediência e um golpe militar", o que descartou.
O general afirmou que as Fanb são "instituições decentes", que obedecem a princípios e valores, respeitam os direitos humanos e que têm limites para a sua atuação, estabelecidos na Constituição da Venezuela.
"Em minha condição de Comandante Estratégico Operacional, exijo respeito para os dignos soldados das nossas Fanb que estão empenhados em devolver ao povo sua tranquilidade e, sobretudo, a paz, que é nosso mais prezado tesouro como nação", enfatizou.
Padrino declarou que "esta é uma batalha entre o bem e o mal, entre a verdade e a mentira", e os soldados bolivarianos estão "ao lado de Deus", abrindo caminhos de liberdade, independência e progresso "para construir a pátria de Bolívar e (Hugo) Chávez".