O governo do Chile pediu para que seja evitado um "clima de tensão" na comemoração dos 42 anos do golpe militar liderado por Augusto Pinochet, que acontece nesta sexta-feira.
"Todos devem fazer um esforço para que aqueles que querem refletir sobre o que aconteceu em 1973 possam fazer", disse o subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy, em declarações a "Tele13 Radio".
"As famílias e os dirigentes sociais deveriam contribuir para esse estado de ânimo e não contribuir para o que veio acontecendo nos últimos anos. Se quiserem se manifestar que seja com tranquilidade, porque o que acontece é que a cada dia há mais grupos que realizam atos violentos nesta data", acrescentou em alusão à violência registrada em anos anteriores.
Aleuy qualificou de "isolados" os incidentes ocorridos em algumas regiões de Santiago ontem à noite e durante a madrugada.
"Aconteceram incidentes isolados. Um carabineiro ficou com uma pequena contusão, nem sequer é um ferimento, é uma tensão. E o médico, que recebeu um tiro no setor de Pudahuel, também não teve danos mais graves. Esta é uma data dolorosa para o país e para uma grande parte dos chilenos. Todos deveríamos refletir e evitar esta tendência à polarização e a tensão. É um dever dos político da sociedade e das autoridades", ressaltou o subsecretário.
O golpe incluiu o bombardeio e destruição do Palácio de La Moneda e a morte, na sede governamental, do presidente Salvador Allende.
A ditadura de Pinochet (1973-1990) deixou 3.200 chilenos mortos por agentes do Estado, sendo que 1.192 ainda figuram como detidos desaparecidos, enquanto outros 33 mil sofreram a prisão e a tortura por causas políticas e cerca de 500 mil precisaram fugir.