A greve dos professores por melhores salários, que nesta quinta-feira completa duas semanas, mantém 2,5 milhões de alunos sem aula na província de Buenos Aires, o maior distrito da Argentina.
O prolongado conflito entre professores e o governador Daniel Scioli, aliado da presidente Cristina Kirchner, impediu o início do ano letivo nas escolas públicas da província.
Os professores exigem um reajuste salarial de 35%.
O governo provincial decretou um aumento salarial de 30,9% e deu o impasse por encerrado, mas os sindicatos rejeitaram a medida alegando que, na prática, a maior parte dos professores terá um reajuste de apenas 21%.
"De maneira nenhuma podemos aceitar um reajuste salarial que não recupere nosso poder aquisitivo diante da inflação de 2013, da remarcação selvagem (de preços) e da desvalorização de janeiro", disse nesta quinta-feira a líder sindical Stella Maldonado.
Em 2013, a inflação real na Argentina foi de 28% (11% segundo o índice oficial), e registrou alta de 7,2% nos dois primeiros meses de 2014.
Na Argentina, o ano letivo começa em março e termina em dezembro.
O distrito de Buenos Aires responde por 40% dos alunos do país, e a greve paralisa as escolas públicas de todos os níveis.
O setor privado, que responde por 1,3 milhão de estudantes, segue normalmente com o ano letivo.
O CTERA - maior sindicato de professores do país - convocou um protesto para o dia 26 em defesa de um piso salarial de 4.900 pesos (615 dólares) para os professores de todo o país, contra os atuais 3.400 pesos (427 dólares).