A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a Confederação-Geral do Trabalho (CGT) opositora, que concentra a maioria dos sindicatos da área de transportes, convocaram para esta terça-feira (31) uma greve-geral que deve afetar, inclusive, os voos internacionais.
Os sindicalistas querem que o governo corrija o limite de isenção do imposto sobre salários, que atualmente está em 15 mil pesos (R$ 5,5 mil, pelo câmbio oficial). Mas o ministro da Economia, Axel Kicillof, disse que o teto foi reajustado há dois anos e que está “muito bem do jeito que está”.
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Esta é a quarta greve-geral convocada durante o governo da presidente Cristina Kirchner, que está no fim do segundo mandato. Em agosto, ocorrerão as prévias das eleições presidenciais de outubro e, pela lei, Cristina não pode se candidatar a um terceiro mandato consecutivo.
A partir de meia-noite desta segunda-feira (30), e durante 24 horas, bancos, ônibus, trens e caminhões deixarão de funcionar, mas outros serviços, como o transporte aéreo, já estão sendo afetados.
A TAM Linhas Aéreas já avisou, por meio de comunicado, que os voos com destino e vindos de Córdoba, Rosário e Buenos Aires - todos na Argentina - serão cancelados devido à paralisação.
Segundo a companhia aérea, os clientes cujos voos listados foram impactados poderão remarcar a data da viagem para os próximos 15 dias sem qualquer custo.
Há também a possibilidade de o passageiro realizar a mudança do destino, sem multas, sujeito às diferenças tarifárias correspondentes. A TAM informou que os clientes devem entrar em contato com a central de atendimento, no Brasil, 4002-5700 (capitais) e 0300-570-5700 (demais localidades). Na Argentina, o telefone é 0810-333-3333.
Na Gol, foram seis voos cancelados: três saindo de São Paulo e três da Argentina. A empresa divulgou nota em que diz em que os clientes prejudicados pelos cancelamentos estão sendo procurados pela empresa para reacomodação em outros voos. Os telefones de contato no Brasil é 0800 704 0465 e, na Argentina, 0810 2663 131.
O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, criticou os sindicalistas responsáveis pela greve, alegando que representam apenas uma parte do setor de transportes e que estão fazendo reivindicações em nome da minoria (10%) dos trabalhadores que paga Imposto de Renda.
O líder da CTA, Pablo de Micheli, rebateu as críticas do ministro dizendo que os argentinos têm pelo menos “20 razoes” para protestar (entre eles o alto índice de inflação) e ameaçou estender a greve para 36 horas, se não conseguir chegar a um acordo com o governo.
Em 2014, a Argentina registrou um índice inflação de 24%, segundo dados oficiais, e de 39%, de acordo com medições de institutos privados.