O ex-presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deputados e centenas de seus seguidores foram violentamente expulsos do Congresso Nacional por militares que lançaram gás lacrimogêneo e golpearam diversos parlamentares.
Zelaya, que foi afetado pelo gás lançado, havia ocupado o salão plenário do Palácio Legislativo com sua mulher e ex-candidata presidencial, Xiomara Castro, e 36 deputados de sua agremiação política, protestando por “não nos permitirem debater os problemas nacionais” na Câmara, disse o ex-mandatário.
O ex-presidente - de esquerda, derrubado por um golpe de Estado militar em junho de 2009 - e seus partidários foram expulsos do Congresso ao passo que nas ruas centrais da capital, Tegucigalpa, forças da polícia antidistúrbios lançavam bombas de gás lacrimogêneo e enfrentavam manifestantes, que respondiam com pedras.
Os membros da Polícia Militar ingressaram no Congresso com bastões, escudos e lançando gás enquanto empurravam violentamente em direção à saída os deputados e seguidores do Partido Liberdade e Refundação (Libre), dirigido por Zelaya.
As primeiras informações indicam ao menos sete feridos, entre eles dois militares e dois congressistas que foram enviados ao hospital com lesões menores.
“Eu atribuo essas ações violentas… ao aprendiz de ditador que é o presidente Juan Orlando Hernández”, disse Zelaya, após permanecer vários minutos sentado, com lenços molhados no rosto e na cabeça, enquanto era atendido por correligionários.