Igreja: não há pedido de mediação na Venezuela ao Vaticano

9 abr 2014 - 02h18

O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Diego Padrón, disse nesta terça-feira que o governo de Nicolás Maduro não fez uma solicitação formal ao Vaticano para que a Santa Sé atue como mediadora no diálogo proposto para aliviar a crise política no país. "Enquanto não houver uma solicitação formal do governo, que até agora não a houve, não se pode dizer nada concreto", disse Padrón em entrevista no canal privado Globovisión.

O arcebispo de Cumaná disse que essa mediação "ainda deverá se concretizar, porque não foi o Vaticano quem se ofereceu como mediador", mas em função da situação do país "e após o pedido" da aliança de partidos de oposição "a resposta foi positiva".

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Padrón explicou que diante deste cenário, o secretário de Estado do Vaticano e ex-núncio na Venezuela, Pietro Parolín, "está disposto a intermediar", mas reiterou que quem deve solicitar essa mediação é o governo. Além disso, opinou a título pessoal que "se não há" condições para o diálogo "é preciso buscá-las" e acrescentou que a paz no país "será o resultado de um longo caminho".

As declarações de Padrón acontecem depois que tanto os membros da coalizão de oposição Mesa de la Unidad Democrática (mesa da unidade democrática, MUD) como o governo manifestaram seu apoio à ideia que um representante do Vaticano faça a mediação do diálogo entre essas duas partes.

O acordo para receber um representante do Vaticano ocorreu, além disso, durante a visita ao país de uma comissão de chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul) para acompanhar e ajudar no diálogo entre governo e oposição.

A Venezuela atravessa uma situação de crise política desde que no último dia 12 de fevereiro começaram os protestos contra o governo de Nicolás Maduro que, em alguns casos, acabaram em incidentes violentos, com um saldo de 39 mortos e centenas de feridos.

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