O jornalista Damian Ezequiel Pachter, que denunciou a morte do promotor Alberto Nisman, publicou neste domingo em seu Twitter que está a salvo em Tel-Aviv. “Obrigado a todos. Em breve nos falamos. Dami”, escreveu.
Pachter deixou a Argentina no sábado e teria passado por Montevidéu, no Uruguai, em voo da Aerolíneas Argentinas, antes de chegar a Israel. O argentino, que também é cidadão israelense, afirmou, antes de desaparecer, que estava deixando o país porque se sentia ameaçado.
Também no sábado, o jornalista, que trabalha no site do jornal Buenos Aires Herald, parou de se comunicar com os chefes. Com isso, a empresa emitiu comunicado intitulado "Informações sobre Damian Pachter", por meio do qual declara que, sem aviso prévio, o funcionário não compareceu para trabalhar.
"Nesta situação, o chefe de conteúdo digital fez contato com o jornalista, que lhe informou que visitaria um médico, pois não passava bem”, revelou a empresa. Tempos depois, o editor tentou novamente se comunicar para saber como ele estava. Por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp Damian, respondeu que estava bem e que o celular tinha ficado sem bateria.
Novas tentativas foram feitas neste domingo por telefone, mensagem de texto e WhatsApp. Elas ficaram sem respostas.
Sobre a morte
O procurador argentino Alberto Nisman foi encontrado morto há uma semana em Buenos Aires. Ele acusou a presidenta Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman de cobertura à participação do Irã em atentado contra um centro judaico, em 1994, quando um carro-bomba explodiu na porta da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), destruindo o prédio, no centro de Buenos Aires, e matando 85 pessoas.
Encarregado de investigar o caso, Nisman acusou Cristina e Timerman de negociar com o Irã um plano de impunidade para encobrir os acusados em troca de acordos comerciais. Entre os suspeitos estão altos funcionários do governo iraniano, com pedido de captura pela Interpol.
O corpo foi encontrado pela mãe do procurador no banheiro do apartamento, no bairro de Puerto Madero, com um revólver calibre 22. A causa e as circunstâncias da morte estão sendo investigadas.
Alberto Nisman deveria se apresentar dia 19 no Congresso argentino, para explicar a denúncia contra a presidenta. A reunião foi convocada pela oposição.
Com informações da agência Télam