O presidente do Uruguai, José Mujica, visitará a presidente Dilma Rousseff antes do final do ano e voltará a Brasília para a cerimônia de posse de Rousseff em 1° de janeiro. Essas devem ser as últimas viagens do mandatário ao Brasil como chefe de Estado.
Ainda não há uma data fechada para a viagem, mas Mujica quer ver Rousseff “logo”, segundo informou ao Terra a secretária particular do presidente, María Minacapilli. De acordo com o secretário da Presidência, Diego Cánepa, durante o encontro será analisado “como continuarão algumas questões (da relação bilateral) que ficarão nas mãos do próximo governo a ser eleito no Uruguai em 30 de novembro”. O Uruguai tem no Brasil o seu principal sócio comercial.
As próximas viagens que Mujica já tem agendadas oficialmente são para a Cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), no Equador, em 4 e 5 de dezembro, e para a Cúpula Iberoamericana, no México, em 8 e 9 de dezembro.
“Nossa vida está em jogo”
Dias antes do segundo turno brasileiro, que coincidiu com o primeiro turno do processo eleitoral no Uruguai, Mujica avaliou que as eleições no Brasil tinham “importância igual ou maior” do que o pleito em seu próprio país. “Aí, sim, nossa vida está em jogo, pelo que o Brasil significa neste continente”, disse a repórteres de televisão que o indagavam sobre atritos verbais que havia tido com o atual candidato à Presidência, o ex-presidente Tabaré Vázquez.
Vázquez, pertencente à coalizão governista Frente Ampla, lidera a corrida presidencial e obteve 47,8% de votos no primeiro turno, contra 30,9% do seu opositor, Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional.
Após o anúncio da vitória de Dilma Rousseff, por meio do seu Ministério de Relações Exteriores, o Uruguai divulgou uma nota oficial em que parabenizava a presidente e expressava o “desejo de aprofundar os vínculos de irmandade, com o impulso das iniciativas destinadas a fortalecer o comércio, o investimento e a cooperação bilateral”, entre outros temas.
O ministro de Indústria, Energia e Minas, Roberto Kreimerman, afirmou que a reeleição no Brasil “garante facilidade de continuação dos planos ministeriais de integração”. “O resultado é muito importante.”